Relatório reforça urgência de reduzir emissões de gases de efeito estufa
Na última segunda-feira (9/8), o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou um relatório histórico que reforça a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa no mundo. O objetivo é limitar o aquecimento global a 1,5°C.
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“O IPCC nos diz que limitar o aquecimento global médio a 1,5°C será difícil, mas não impossível. Este novo relatório mostra a mensagem de que uma ação radical e transformadora é urgentemente necessária para reduzir as emissões a zero”, conta Teresa Anderson, coordenadora de políticas climáticas da ActionAid International, organização internacional de combate à pobreza. “Os países ricos que mais fizeram para causar a crise climática devem enfrentar sua dupla responsabilidade. Eles precisam fornecer apoio real às nações pobres atingidas pela escalada dos impactos climáticos e precisam levar a sério a ação climática urgente”, completa.
Gases de efeito estufa e aquecimento global
Esta é a primeira vez que o IPCC menciona de forma inequívoca que a ação humana influenciou as mudanças climáticas. Seus relatórios vinham apontando aos poucos e cada vez mais firmemente nessa direção, mas o documento recém-lançado marca uma nova força para o combate à crise climática. Ele confirma as altas concentrações de gases de efeito estufa desde 1750 (em razão das emissões de combustíveis fósseis) e informa que algumas das alterações em razão da elevação da temperatura já são irreversíveis por séculos ou milênios, especialmente no que diz respeito aos oceanos, às coberturas de gelo e ao nível global do mar.
“Este alerta severo dos cientistas confirma a realidade que já está sendo vivida por comunidades em todo o mundo. Ondas de calor, secas, incêndios, inundações e ciclones mais frequentes e intensos estão causando estragos em vidas e ecossistemas”, conta Teresa.
Para Letícia Lima, analista de justiça climática da ActionAid, o Brasil é um dos países que precisa rever suas decisões e buscar mudanças radicais em prol do planeta. “O novo relatório aponta para cenários diretamente relacionados, por exemplo, às chuvas e secas mais intensas que o Brasil vem sofrendo, e que a ActionAid acompanha de perto nas comunidades que apoia. Apesar de os países do Sul Global terem, historicamente, menor responsabilidade pela concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, o Brasil não pode seguir indiferente na contenção desse cenário que impacta a todos nós. As principais emissões brasileiras, ligadas ao desmatamento e à mudança do uso do solo, vêm aumentando e, assim, nos distanciando das metas climáticas às quais nos comprometemos em 2015″, finaliza.
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