Teatro de bonecos leva arte e educação para 60 mil pessoas no Nordeste
Por Camila Costa
Bonecos de cinco metros e meio, com mais de 100 anos, dentro de cenários na casa das toneladas e com enredos que trazem conhecimentos para toda uma vida. Esse é o resumo da ópera do Festival SESI Bonecos do Mundo, o maior festival de teatro de bonecos do Brasil.
Carregado de cultura, valor histórico e imaterial, o Festival compartilhou arte com cerca de 60 mil pessoas em 15 dias de apresentações por Fortaleza e João Pessoa. Mas, mais do que isso, proporcionou, de forma democrática, aprendizado e intercâmbio cultural com outros nove países.
Leia mais:
“ALUNO TRISTE NÃO APRENDE”; STARTUP BRASILEIRA CRIA APP PARA MEDIR SENTIMENTOS DE ESTUDANTES
LIVRO FEITO POR ADOLESCENTE TRAZ DEPOIMENTOS EM COMBATE AO PRECONCEITO RELIGIOSO
A cenografia é interativa, o conteúdo é inteligente, com diferentes performances, tudo acontecendo simultaneamente, diante os olhos de dezenas de milhares de pessoas. O Festival SESI Bonecos do Mundo edição 2018 apresentou, entre os dias 5 e 18 de novembro, várias técnicas, numa viagem entre o tradicional mamulengo nordestino, passando pela manipulação com fios e varas, até apresentações nas quais os personagens são partes do próprio corpo dos Artistas.
Segundo a idealizadora e curadora do Festival, Lina Rosa Vieira, um dos grandes diferenciais é, justamente, o acesso democrático a uma arte “especial, misteriosa e com tanto conteúdo inteligente”. Ainda segundo Lina, além das apresentações, o público teve acesso a educação profissional, dentro de oficinas para formação de novos artistas, novas companhias e de até novos espetáculos.
O conhecimento está dentro de cada apresentação, afirma Lina. Releituras como a de “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, e de “Aladim”, encenados pelos artistas tchecos The Forman Brothers’ Theatre, puderam ser apreciadas em cerca de uma hora de espetáculo, onde o público era convidado para entrar na história, refletir e questionar.
“Há vários ganchos que também ficam para as pessoas pesquisarem, correrem atrás do conhecimento depois, complementarem, continuarem com esse conhecimento, porque o processo de aprendizado não termina quando termina uma aula, assim como não termina quando termina a peça de teatro. Serve para a vida toda. E essas memórias vão ficar para sempre, em reflexões para a vida toda”, garante Lina Rosa.