Um recente estudo da Universidade de Ohio, dos Estados Unidos, em parceria com mais 11 escolas espalhadas pelo mundo, apontou que o Brasil lidera o ranking dos países com mais pessoas ansiosas. O dado, no entanto, não é nenhuma surpresa. Antes mesmo da pandemia de covid-19, já apresentávamos maiores números de incidências, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O medo é outro sentimento que marca forte presença nas vidas dos brasileiros. Um estudo da Behup – startup que cria tecnologias para analisar e entender o comportamento humano – entrevistou pessoas semanalmente durante um ano (de março de 2020 a março de 2021). Toda vez, a pesquisa fazia a mesma pergunta: “Pensando na última semana e em todos os acontecimentos, quais emoções e sentimentos você vivenciou?”. A palavra “medo” foi a mais mencionada.
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Embora ambas as emoções tenham características em comum, como tensão, angústia e inquietude, as diferenças entre elas são perceptíveis. A especialista em fisiologia e professora de meditação Debora Garcia, explica que o medo é o sentimento gerado em algo que está acontecendo. A ansiedade, por sua vez, é a imaginação de uma possibilidade de algo negativo ocorrer.
“Ao sair de casa para trabalhar, aparece um assaltante batendo na janela do seu carro. Você vai se assustar e sentir um pavor. Esse é o medo. Já a ansiedade é quando, mesmo antes de ir para a rua, você começa a imaginar a possibilidade de encontrar um criminoso no caminho. Esse sentimento também pode surgir, no entanto, quando você vai fazer algo novo, seja uma viagem, seja iniciar um trabalho”, comenta a especialista.
Com as incertezas em relação ao futuro, desemprego, à imunização e situação financeira , o sentimento atual é o da ansiedade – embora existam, sim, pessoas convivendo com o medo. “A maioria está ansiosa porque sabe que pode se contaminar fora de casa ou ao receber uma visita, por exemplo. O medo fica restrito às pessoas que já estão doentes”, afirma Debora.
Como tratar o medo e a ansiedade?
Sendo o medo e a ansiedade respostas internas, Debora diz que as emoções podem ser conduzidas pela própria pessoa a favor do seu crescimento e do seu bem-estar. “Quando pensamos e enfatizamos um determinado assunto, o nosso cérebro passa a ver aquilo como importante e vai sempre nos fazer dar atenção a ele”, ressalta.
No entanto, é possível fazer uma reprogramação mental e suavizar as emoções. A meditação, por exemplo, é uma boa válvula de escape. A técnica vai atuar diretamente no cérebro, proporcionando a autonomia e o autocontrole dos sentimentos. “Sabemos que as emoções duram um tempo. Mas, se não forem cuidadas, podem nos controlar, afetando nossas ações e nossos pensamentos. Quanto mais tivermos consciência delas, mais poder teremos para conduzi-las”, finaliza Debora.
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