Covid-19 pelo mundo: “precisamos tomar cuidado”, diz italiano sobre reabertura
A Itália é um dos locais que mais sofreu com a pandemia do novo coronavírus. O país soma mais de 31.900 mortos pela pandemia. No entanto, a região vem apresentando baixas na quantidade de mortes em 24 horas. Em 17 de maio, foram contabilizados 145 óbitos. Por mais alto que esse número pareça, é o menor crescimento diário desde 4 de março.
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“O número de casos está diminuindo, e as pessoas estão esperando para saber quando poderão retomar a vida normal”, ressalta Hiram Martori, brasileiro de 21 anos, que mora em Roma. Depois de dois meses e meio, a Itália se preparar para uma reabertura gradual, começando pelos comércios hoje (18 de maio). Mas ainda não se sabe como será a nova realidade do país com o relaxamento da quarentena.
Respeito à quarentena na Itália
Por ter sido um dos locais mais afetados pela doença, a Itália impôs medidas drásticas, para tentar diminuir a quantidade de contaminados – o que funcionou em partes. Durante a quarentena, apenas os serviços essenciais estavam abertos, como farmácias e mercados. Esses estabelecimentos também estabeleceram normas restritivas, como a diminuição no limite de clientes, para garantir ao menos um metro de distância entre os consumidores.
Na época do lockdown, a polícia fazia ronda pelas ruas e parava muitas pessoas, que deveriam ter um documento que justificasse a saída de casa (para a compra de remédios, por exemplo). “Em caso de motivo não válido, aplicavam uma multa de no mínimo 400 euros”, relata Hiram.
Apesar de algumas pessoas não terem boas razões para saírem de suas residências , “a maioria dos cidadãos estavam respeitando os limites estabelecidos”, diz a aposentada Margherita Bianchi, de 74 anos.
A italiana mora em Pettenasco, no norte do país, que também estabeleceu uma nova rotina. “Como a maior parte das lojas fechou, ficamos limitados a poucas opções. Isso dificulta bastante, pois o município é pequeno e, por isso, não tem um comércio muito variado”, relata.
Mudanças na rotina
Não foi só Margherita que sentiu o impacto da pandemia. Seu filho Davide Bianchi, de 48 anos, mora em Gozzano e também teve seu dia a dia influenciado pelas novas medidas estabelecidas no país.
O advogado conta que, mesmo com a região de quarentena, seguiu trabalhando normalmente, já que seu serviço foi considerado essencial pelo governo. “Continuei indo ao escritório e aos gabinetes judiciais. Entretanto, precisei reorganizar meu sistema de trabalho para encontrar os clientes pessoalmente, já que eles não tinham como sair de casa”, explica.
Em Roma, Hiram também sentiu as mudanças, principalmente em relação aos estudos. “Os dias da semana não fazem mais sentido, porque parece que você está em um fim de semana eterno. Mas tento estabelecer alguma rotina adaptada à situação, porque continuo estudando virtualmente, o que também não é o ideal”, esclarece o universitário.
Apesar disso, o estudante aproveitou os últimos dias para cultivar novos hobbies. “Passo o tempo com meus colegas de apartamento, e o lado bom é que nos dedicamos mais à culinária aqui em casa. Às vezes, falamos ou cantamos com os vizinhos. Também tenho me dedicado mais à leitura, o que é ótimo”, complementa.
A Itália pós-quarentena
Com o fim do lockdown, agora é necessário se preocupar em seguir as medidas de distância impostas pelo governo italiano, para não a situação caótica não regressar. “Acredito que, mais do que nunca, precisaremos tomar cuidado e ficar atentos ao encontrar outras pessoas, principalmente em locais fechados”, diz Davide.
Mesmo com a reabertura do comércio, as normas de higiene estabelecidas na época da quarentena também devem continuar. “Além de evitarmos aglomerações, procuraremos tomar todas as precauções, lavando as mãos sempre que possível ou usando álcool em gel e, claro, máscaras”, finaliza Margherita.
Covid-19 pelo mundo: série de entrevistas
O Busca Voluntária e o Rota de Férias estão conversando com pessoas de todo o planeta para saber como o coronavírus está afetando a realidade de suas cidades. Confira os outros capítulos da série:
Capítulo 1: Covid-19 pelo mundo: advogada relata o dia a dia na Cidade do México
Capítulo 2: Covid-19 pelo mundo: brasileira conta como está a vida em Santiago
Capítulo 3: Covid-19 pelo mundo: “estamos melhorando aos poucos”, diz morador de Bréscia
Capítulo 4: Covid-19 pelo mundo: americanos contam como está a vida em Denver
Capítulo 5: Covid-19 pelo mundo: brasileiro fala sobre a quarentena no Canadá
Capítulo 6: Covid-19 pelo mundo: estudante vislumbra caos no México pós-pandemia
Capítulo 7: Covid-19 pelo mundo: “muitos negócios já faliram”, diz brasileira que vive em Nova York
Capítulo 8: Covid-19 pelo mundo: influenciadores de Orlando falam sobre os impactos da pandemia
Capítulo 9: Covid-19 pelo mundo: “as coisas estão melhorando aos poucos”, diz espanhola
Capítulo 10: Covid-19 pelo mundo: enfermeira fala sobre o dia a dia na Alemanha
Capítulo 11: Covid-19 pelo mundo: “a sociedade aqui está unida”, diz moradora de Amsterdã
Capítulo 12: Covid-19 pelo mundo: “aplaudimos os hospitais todos os dias”, diz brasileiro que mora em Paris
Capítulo 13: Covid-19 pelo mundo: “cenário aqui está ruim”, diz moradora de Abu Dhabi
Capítulo 14: Covid-19 pelo mundo: o dia a dia da Eslovênia em meio à pandemia
Capítulo 15: Covid- 19 pelo mundo: “o país não para”, diz brasileiro que mora no Japão
Capítulo 16: Covid-19 pelo mundo: brasileiro fala sobre o cenário em Singapura
Capítulo 17: Covid-19 pelo mundo: moradores revelam situação de Índia e Paquistão
Capítulo 18: Covid-19 pelo mundo: Berlim e Zurique vivem cenários parecidos
Fonte: G1