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Por Ítalo Francisco Curcio*

Quase sempre, ao aludirmos uma data considerada especial, sobretudo, quando a partir desta passa-se a celebrar um dia específico, de homenagem a membros da sociedade, é difícil chegar-se a um consenso sobre sua real necessidade. Não são poucos a dizer que dia das mães ou dos pais é todo dia. Assim como dia do professor, dia do médico, dia do advogado, dia do estudante, dia do engenheiro, dia do missionário, dia do pastor e por aí vai. Para estas pessoas, destacar um dia de homenagem a tais personagens, e outros mais, é algo não só desnecessário, como também sem sentido.

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Me perdoem os que pensam desta forma, mas entendo que destacar um dia para homenagear determinadas pessoas, considerando a data como seu momento específico, é um ato de nobreza, carinho e reconhecimento.

É claro que todo dia é dia da mãe, do pai, do professor e de outros, mas não é isto o que se discute. Não considero exagero querer distinguir certos integrantes da sociedade em meio a tantos outros, pois vejo este gesto como um dos modos de poder referendar de forma distinguida as ações destas pessoas, que participam solenemente do cotidiano, com naturalidade e espontaneidade. Afinal, já existem muitos dias considerados especiais, sem a necessidade de serem feriados, o que importa é dizer simplesmente que eles são de reconhecimento e respeito a alguém.

Dia do Estudante

No dia 11 de agosto, celebra-se no Brasil o Dia do Estudante (embora no âmbito mundial esta homenagem ocorra em 17 de novembro). Nesta mesma data, comemora-se também o Dia do Advogado, outro personagem de inegável relevância na sociedade. Contudo, quero me centrar neste momento no Dia do Estudante, porque ser aluno é ser alguém diferenciado na família e na nação como um todo.

Este dia é uma data especial que vem sendo celebrado há quase um século, mais precisamente desde 1927, por sugestão do jurista Celso Gand Ley, que durante as comemorações do Dia do Advogado, em 11 de agosto daquele ano, manifestou-se em favor da inclusão do estudante, de maneira geral, como personagem a ser homenageado na mesma data.

Sem nenhuma divisão de importância, entendendo que num mesmo dia pode ocorrer mais de uma homenagem, portanto, não é a quantidade de homenageados que valorizará mais ou menos determinado dia. O que defendo é o fato de que termos um dia no qual se homenageia a mãe, o pai, o professor, o médico, o advogado e o estudante, dentre outros, significa possibilitar uma forma de pararmos por alguns instantes e lembrarmos de suas grandes importâncias em nossas vidas.

Particularmente, gosto muito do Dia do Estudante, pois ser aluno é muito mais que frequentar uma escola, além de não ser uma profissão. Estudante é aquele que acompanha os mais diferentes temas em qualquer momento. Quem frequenta uma escola, com o objetivo de aprender, certamente é um estudante, mas, mesmo fora da dela, formado, graduado ou doutorado, o sujeito continua a ser um aluno sempre que busca aprender algo novo ou que persegue a solução de certo problema. Portanto, partindo deste princípio, entendo que uma enorme parcela da população mundial é composta de estudantes.

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Não obstante, mesmo tendo conhecimento da diversidade do conceito de estudante, entendo que neste dia 11 de agosto, sem demérito dos demais, devemos homenagear com maior ênfase todos os que participam arduamente das atividades educacionais e escolares diárias, desde a Educação Infantil até a Superior e a Pós-Graduação.

Devemos homenagear todos os estudantes que frequentam suas escolas tranquilamente, sem nenhuma dificuldade mais relevante, como também aqueles que vivenciam grandes desafios econômicas, por pertencerem a classes sociais menos favorecidas. Devemos homenagear os alunos com deficiências ou com enfermidades, estudantes que enfrentam problemas de acessibilidade e também aqueles que por diferentes razões apresentam dificuldades de aprendizagem, ou que não podem cumprir a contento sua lição de casa.

Neste dia 11 de agosto, em plena pandemia da covid-19, ainda na incerteza sobre a forma de retorno às atividades escolares e acadêmicas, quero homenagear todos os alunos, de todos os níveis escolares, incluindo professores, gestores, demais servidores da educação e, sobretudo, os pais. Todos, eternos estudantes.

Salve 11 de agosto, Dia do Estudante!

*Ítalo Francisco Curcio é doutor e pós-doutor em Educação, além de pesquisador no curso de Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).