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O vício em jogos é um transtorno que tem se tornado cada vez mais comum, especialmente após o surgimento de games online que prometem, de forma fraudulenta, grandes ganhos e possuem alto potencial de dependência. Entre eles, está o famoso “Jogo do Tigrinho”, que tem sido alvo de diversas operações policiais.

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O esquema do “Jogo do Tigrinho”

Além de investigações por suspeita de fazer parte de um complexo esquema de pirâmide, o jogo online também é acusado de usar influencers e versões teste para dar a impressão de que há muito mais possibilidades de ganhos do que as que realmente são oferecidas.

Em novembro do ano passado, os influenciadores digitais Du Campelo, Gabriel e Ricardo foram presos em Curitiba (PR) e tiveram carros de luxo, armas e dólares em espécie apreendidos com estimativa de movimentação de cerca de R$ 13 milhões em apenas seis meses. Eles foram investigados por crime contra a economia popular, associação criminosa, exploração de loteria sem a autorização legal e lavagem de dinheiro.

Como o vício em jogos age no cérebro?

O surgimento do vício em jogos é multifatorial podendo ser influenciado pelo tipo e frequência do game, pelo estado emocional do indivíduo e também por alterações nos neurotransmissores do cérebro, especialmente a dopamina.

“Decisões arriscadas, que estão muito presentes em jogos do tipo, ativam áreas do cérebro como o córtex pré-frontal ventromedial, o córtex frontal orbital e a ínsula, relacionados com o ‘sistema de recompensa do cérebro’, responsável por regular a sensação de prazer ligada a uma determinada ação”, explica o médico psiquiatra Flávio H. Nascimento. “Quem tem vício em jogos de azar mostra mais atividade nessas regiões. Apostas são incentivadas pela liberação de dopamina, que traz uma sensação de prazer, quando os resultados são positivos. Essa busca pela sensação agradável contribui para o vício, com jogadores compulsivos sentindo euforia quando a dopamina é liberada no cérebro”, completa.

Sintomas do vício em jogos

• Necessidade constante de apostar quantias cada vez maiores;
• Tentativas repetidas de parar ou controlar as apostas;
• Preocupação excessiva com jogos de azar;
• Apostar para aliviar sentimentos de ansiedade, culpa ou depressão;
• Mentir para familiares e amigos para esconder a extensão do envolvimento com jogos de azar;
• Perder relacionamentos importantes, oportunidades de trabalho ou educacionais devido ao hábito de apostar.

Como é feito o tratamento contra vício em jogos?

O tratamento médico é fundamental para a reabilitação do indivíduo com vício em apostas. “Ele é feito com psicoterapia para mudar hábitos e pensamentos relacionados ao problema, mas também podem ser usados medicamentos para tratar ansiedade ou outros problemas emocionais ligados ao vício”, ressalta Nascimento. “Grupos de apoio e aconselhamento também são recursos importantes no tratamento e ajudam a identificar os gatilhos do vício”, conclui.

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