Spiritfarer: um jogo sensível e emocionante sobre o fim da vida
Lançado em 2020, Spiritfarer (PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.) é um game de gerenciamento sobre a morte. Você joga da perspectiva de Stella, uma jovem que recebe a missão de ser a Barqueira do Além e guiar os espíritos para o descanso eterno. A partir daí, ao lado de seu gato Daffodil, ela precisa garantir que eles tenham seus desejos realizados antes de suas almas seguirem a diante.
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Para atingir os objetivos do jogo, você precisa construir, gerenciar e aprimorar seu barco para receber e garantir o conforto dos passageiros. Será preciso plantar, minerar, pescar, cozinhar, costurar, fabricar e fazer uma série de outras atividades para ter acesso aos insumos necessários para realizar os desejos dos espíritos da barca.
Mas Spiritfarer é muito mais do que uma jogabilidade muito simples (e desafiadora), cenários incríveis com animações de arte feitas a mão e uma trilha sonora original de arrepiar. Ele é um retrato sensível, emocionante e natural sobre o fim da vida e as memórias (e pessoas) que nos marcam.
Cada personagem que Stella recebe na barca é caracterizado por um animal, representando sua personalidade em vida. Todos eles têm suas histórias bastante exploradas, destacando desde a comida preferida e o que odeia na convivência com outras pessoas até conflitos internos e assuntos mal resolvidos. Isso faz com que Spiritfarer não seja apenas um jogo de fazer e prover, mas principalmente de ouvir. É sua função escutar os problemas, as frustrações, as mágoas e os desejos dos espíritos.
O aprendizado da despedida
Quando todos os pedidos de um personagem são atendidos e os conflitos resolvidos (ou simplesmente aceitos ou perdoados), chega a hora do adeus. Cabe a Stella guiá-lo para o chamado Portal Eterno, uma localização especial do mapa na qual os espíritos fazem a passagem e podem, finalmente, descansar em paz.
Esses momentos são o ponto alto da jornada e despertam emoções profundas e genuínas em quem joga. Isso porque, desde o momento em que o espírito chega à barca, o game estimula o desenvolvimento de carinho e compaixão por tudo o que o personagem viveu até aquele momento. Enquanto a função Abraçar, que permite uma interação personalizada de abraço entre Stella e cada espírito a qualquer momento, deixa a relação ainda mais profunda.
Quando o espírito decide partir para o Portal Eterno, você deve respeitar a sua decisão e deixá-lo partir. A carga emocional do momento, combinada com a trilha sonora delicada e um cenário de tirar o fôlego, vai arrancar muitas lágrimas dos jogadores mais sensíveis. Principalmente daqueles que já perderam alguém muito amado.
Essa dinâmica se repete ao longo de toda a jornada, enquanto o desenvolvimento da história passa uma visão muito necessária sobre como a morte é um evento natural e não deve ser temida. De outro viés, continuar o trabalho de Stella após levar um espírito para o Portal Eterno é uma lição para quem fica. Já que destaca que, apesar da tristeza e da saudades, é importante seguir em frente e fazer jus a tudo o que aprendemos e o amor que recebemos daqueles que já partiram.