Aos quatro anos, Shaquem Griffin pegou uma faca da cozinha e pediu para que a mãe cortasse sua mão esquerda fora. A dor gerada pela Síndrome da Banda Amniótica – doença que, durante a gestação, impediu o desenvolvimento correto de seus dedos – era insuportável. Assim, os pais marcaram a amputação. O sonho de se tornar um jogador de futebol americano, entretanto, não morreu com a cirurgia.
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Apoio da família
Shaquem Griffin nasceu em 20 de julho de 1995 em St. Petersburg, na Flórida (EUA). Gêmeo de Shaquill, os dois meninos sempre compartilharam o sonho de jogar na National Football League (NFL), a liga esportiva profissional de futebol americano. O problema é que, por não ter a ter a mão esquerda, o garoto sempre estava atrás do irmão.
Para contornar a situação, o pai passou a desenvolver aparelhos adaptados para que Shaquem tivesse um desempenho tão bom quanto o do gêmeo. Aliás, os exercícios eram testados antes pelo pai, que fazia tudo com apenas uma mão para provar que era, sim, possível.
Em 2012, o pai de @ShaquemGriffin improvisou próteses para o treino de musculação. Seis anos depois ele está prestes a ver seus dois filhos na NFL. Nunca desista dos seus sonhos! ? #NFLBrasil pic.twitter.com/dgMXeqA8qe
— NFL Brasil (@NFLBrasil) 9 de abril de 2018
Contradizendo treinadores e jogadores que apontavam que “futebol não é para quem tem apenas uma mão, é só para quem tem as duas”, os adaptadores deram certo. Apesar de ter a musculatura do antebraço esquerdo atrofiada, Shaquem conseguiu se desenvolver o suficiente para ter destaque em seus anos de colégio.
Mas a falta da mão esquerda ainda se mostrava um problema para as universidades. Shaquem viu seu irmão receber várias ofertas enquanto ele não tinha nenhuma. Foi a vez de Shaquill entrar em jogo: ele só aceitaria uma proposta se a faculdade também levasse o gêmeo. Assim, o jovem abriu mão de grandes nomes do país, como Florida State e Clemson, para assinar com a University of Central Florida (UCF).
Melhor linebacker do Combine
Por quatro temporadas, os irmãos Griffin jogaram juntos pelo UCF Knights. Em 2016, Shaquem foi eleito o melhor jogador de defesa da conferência. No ano seguinte, entretanto, viu seu gêmeo ser contratado pelo Seattle Seahawks. Dessa vez, ele tinha ficado para trás.
Ainda existiam dúvidas se Shaquem era bom o suficiente para ser um jogador da liga profissional. Tanto que o convite para o Combine (teste em que os atletas mostram sua capacidade física aos olheiros da NFL) só veio semanas antes do evento em 2018.
Porém, assim que pisou em campo, ele mostrou que não havia razão para desconfiança. Shaquem teve o melhor desempenho para um jogador em sua posição. Ele correu 40 jardas em 4.38 segundos – o melhor tempo de um linebacker desde 2003. Além disso, fez 20 repetições no supino usando uma prótese no lugar da mão esquerda.
WOW. ???@ShaquemGriffin just ran a 4.38u 40-yard dash!
The fastest LB at the #NFLCombine since 2003.
?: @Nflnetwork pic.twitter.com/TKHXVZri4n
— NFL (@NFL) 4 de março de 2018
Tais estatísticas chamaram atenção justamente do Seahawks. Shaquem Griffin foi draftado para o time e passou a trabalhar novamente ao lado do irmão. Seu primeiro jogo na temporada regular da NFL foi contra o Denver Broncos. Ele entrou e realizou três tackles. O atleta atuou como linebacker durante quatro temporadas, quando decidiu pendurar as chuteiras e se aposentar.
*Fontes: ESPN e Globo Esporte
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