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Setembro Amarelo: como acolher pessoas que perderam entes queridos por suicídio

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Conhecido como Setembro Amarelo, este mês é marcado pelas campanhas de prevenção do suicídio. Segundo o último levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o assunto, mais de 700 mil pessoas decidiram tirar a própria vida em 2019 – número superior ao de mortes por HIV, malária, câncer de mama e homicídio. No Brasil, foram registrados 12.895 casos em 2020, de acordo com os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

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Para os sobreviventes enlutados, termo criado por especialistas para se referir a quem enfrenta o suicídio de um parente ou amigo, o sentimento de perda foi agravado durante a pandemia diante das restrições impostas para evitar a propagação do vírus. “O processo de luto tem sido dificultado no atual cenário principalmente por causa de dois aspectos: distanciamento social e velórios limitados a poucas horas de duração e máximo de 10 pessoas presentes. Dessa forma, quem está enfrentando essa situação acaba se isolando e sente que faltou uma homenagem e despedida mais simbólicas ao ente querido”, explica a psicóloga Luciene Bandeira, cofundadora da Psicologia Viva, empresa digital de saúde mental, e integrante do Grupo Conexa.

Centro de Valorização da Vida (CVV)


Caso você esteja ou conheça alguém pensando em cometer suicídio, procure ou oriente a pessoa a entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV). Ele funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

Setembro Amarelo: como acolher pessoas que perderam entes queridos por suicídio


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A psicóloga apresenta quatro especificidades que os sobreviventes enlutados enfrentam (que se diferenciam da dor por outros tipos de morte): sentimento de culpa, procura por justificação, estigma social e abandono. Tudo isso pode causar depressão, desenvolvimento de transtornos mentais, queda de produtividade, dependência química e desinteresse em sua própria vida.

Diante disso, Luciene destaca a importância da posvenção – cuidados e intervenções aos sobreviventes enlutados – como uma forma de identificar e valorizar fatores de proteção que possuam maior influência sobre os indivíduos, como senso de responsabilidade com a família, laços sociais bem estabelecidos com parentes e amigos, estar empregado, ter crianças em casa, ter capacidade de adaptação positiva, além de acesso a serviços e cuidados de saúde mental.

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Esse último, por sinal, tem crescido consideravelmente nos últimos dois anos. Por recomendação do Conselho Federal de Psicologia (CFP), as terapias presenciais passaram a acontecer na modalidade online, durante pandemia, visando a segurança de pacientes e psicólogos. Para a especialista, essa medida contribuiu para que mais pessoas se sentissem à vontade para procurar ajuda profissional. “Percebemos que os pacientes têm se sentido mais seguros e confortáveis em expressarem suas emoções no seu próprio ambiente doméstico pelo fato de não ficarem expostos aos riscos de contaminação e também por terem maior flexibilidade de horários”, destaca.

A cofundadora da Psicologia Viva ressalta que o luto é um processo individual e não tem tempo específico de duração, pois cada um reage de maneira diferente e sua resolução envolve algumas ressignificações em relação à perda, aceitação da condição e adaptação ao novo contexto. Para lidar com a ausência de quem partiu, ela sugere algumas dicas:

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