Sentada numa cadeira de rodas no jardim da Santa Casa de Misericórdia, Alzira Freitas Peixoto, 96 anos, passa os dias tricotando mantas para crianças de rua. A tarefa começa ali, nas manhãs em que o tempo ajuda, e continua em casa, que fica a algumas quadras do hospital, até a noite.
A costura final das peças é feita por sua filha, Alzira Cattony, 78 anos, com quem mora. Foi ela também que lhe deu a ideia da boa ação, há três anos e meio. A mãe já estava cansada de fazer cachecóis, e era raro encontrar um conhecido que ainda não tivesse ganhado um exemplar. Portanto, a filha sugeriu emendar as tiras para fazer mantas e, depois, doá-las.
O terceiro elemento desta rede solidária é a professora de ioga Maria Lúcia Corrêa, 56 anos, que leva peças para a Federação Espírita do Estado de São Paulo e à Igreja Nossa Senhora do Bom Parto.
Dona Alzira foi professora de vitrinismo e empacotamento artístico do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), onde aposentou-se há cerca de três décadas. Hoje, ela quer aprender a fazer origami com a filha.