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Mundo: onde é possível viver com um salário mínimo?

Da Redação
31 de Janeiro de 2024


Crédito: https://depositphotos.com/br/in
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A equipe de analistas do Picodi Brasil verificou como o salário mínimo mudou em 67 países, como os preços dos alimentos básicos aumentaram e como o custo de uma “cesta básica de sobrevivência” se compara aos ganhos. É válido destacar que, neste relatório, a empresa usou o salário líquido, que os funcionários levam para casa. Essa comparação é mais justa, pois a diferença entre o bruto e o líquido, dependendo do país, pode chegar a 30% – no Brasil, por exemplo é 8%.

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Salário mínimo mundial

Na maioria dos países da classificação (58 de 67), o salário mínimo, em comparação ao salário de janeiro de 2023, foi alterado.

Os menores aumentos foram concedidos aos trabalhadores na França (3,4%), Alemanha (2,8%) e Tailândia (2,5%), enquanto em países, como Espanha, Malásia ou Vietnã, os governos congelaram o salário mínimo ou ainda não se decidiram sobre o aumento. O maior aumento, por sua vez, pode ser encontrado na Argentina (138%) e na Turquia (100%) – embora isso seja causado pela enorme inflação nesses locais.

O Brasil ficou em 32º lugar no ranking. O salário mínimo líquido, a partir de 1º de janeiro de 2024, é de R$ 1.305, o que representa 8,3% a mais do que no início de 2023 (R$ 1.204 líquido).

Cesta básica de sobrevivência

Para este estudo, o Picodo criou uma cesta básica de alimentos composta por oito grupos de produtos: pão, leite, ovos, arroz, queijo, carne, frutas e legumes. Essa lista é mais do que modesta. No entanto, esses itens, nas quantidades indicadas, podem atender às necessidades nutricionais mínimas de um adulto médio durante um mês.

  • Leite (10 litros) – R$ 56,20
  • Pão (10 pães, 500 g cada) – R$ 80,50
  • Arroz (1,5 kg) – R$ 8,81
  • Ovos (20 unid.) – R$ 18,45
  • Queijo (1 kg) – R$ 46,39
  • Carnes (6 kg) – R$ 181,68
  • Frutas (6 kg) – R$ 43,62
  • Legumes e verduras (8 kg) – R$ 48,41

O custo total da “cesta básica de sobrevivência” no início de 2024 é de R$ 484,06 (5,1% a mais do que no ano passado). Esse valor representa 37,1% do salário mínimo líquido, enquanto no início do ano passado era de 38,3% . Isso significa que o aumento superou a alta dos alimentos, e a situação dos trabalhadores brasileiros que ganham um salário mínimo melhorou.

Em que país você não sobrevive – ou não – com um salário mínimo

As pessoas têm diferentes preferências alimentares e diferentes percepções de vida confortável. Mesmo assim, o Picodi decidiu comparar o custo da cesta básica em todos os países estudados e justapô-lo com o salário mínimo de cada local.

A relação mais confortável entre cesta básica e salário mínimo pode ser encontrada em Reino Unido, Irlanda, Holanda, Luxemburgo e Nova Zelândia. Nesses países, os trabalhadores gastam menos de ⅒ dos ganhos em mantimentos básicos.

O Brasil está muito atrás desses países. Por aqui, a cesta básica de sobrevivência representa 37,1% do salário mínimo (52º lugar entre 67 possíveis). Isso significa que está acima de países como Rússia (39%) e Peru (39,8%), mas abaixo de México (35%) e Colômbia (27,5%).

Há também países em que até mesmo um conjunto modesto de produtos consome mais da metade do salário mínimo. Entre eles, estão Cazaquistão (54%), Índia (58,5%), Vietnã (65,6%) e Armênia (74,6%). Na Nigéria, os ganhos não são suficientes para cobrir nem mesmo um conjunto básico de mantimentos.

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