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A Agência Casa Mais é especializada em realidade virtual (VR). Por conta disso, há algum tempo, resolveu levar a tecnologia ao GRAAC, instituição de combate ao câncer infantil. Na ocasião, a empresa criou ambientes lúdicos em VR, como parque de diversão e safári para entretar as crianças da ONG.

Após o projeto inicial bem sucedido, a Casa Mais resolveu ampliar o campo de atuação. Agora, ela passa a oferecer experiência imersiva para idosos.

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A ação faz parte do projeto social chamado Alegria Virtual, desenvolvido pela própria Agência Casa Mais. Inicialmente, ela buscava levar realidade virtual como forma de terapia a ambientes hospitalares. Neste momento de expansão, deve chegar a instituições carentes, como clínicas, casas de repouso e abrigos.

“A realidade virtual é uma maneira de levar as pessoas para um mundo alternativo, muitas vezes, inimaginável no mundo real. Utilizando-se de óculos VR, os usuários são transportados para universos completamente diferentes”, diz Fabio Costa, CEO da Agência Casa Mais.

Segundo o empreendedor, a experiência deve fazer com que as pessoas tenham o primeiro contato com a tecnologia. “E, assim, possam encontrar nesta ferramenta a possibilidade de ampliar horizontes e realizar sonhos que seriam bem mais difíceis sem ela.”

Em novembro e dezembro, a Alegria Virtual iniciará uma ação no Abrigo dos Velhinhos Frederico Ozanam. O local, desde 1966, acolhe idosas carentes, sem família ou desamparadas, que não possuem recursos. Ela, aliás, preferencialmente são oriundas de famílias assistidas pelos Vicentinos ou de bairros próximos do abrigo.

“Por meio dos óculos com realidade virtual, ajudamos a amenizar a dor e a ansiedade de crianças e idosos, de modo a encorajá-los e a proporcionar uma melhor qualidade de vida”, ressalta Costa.

A tecnologia será usada para produzir vídeos em 360º que exibam imagens de diversos lugares do mundo. Isso deve levar os idosos do Abrigo a rever os países de sua infância e boas lembranças de sua vida. A ideia é proporcionar uma sensação de bem-estar e tranquilidade.

A assistente social do Abrigo, Dalila Amaral, já tinha ouvido falar de atividades com a tecnologia e ficou encantada com a possibilidade do uso desta pelas idosas da instituição.

“Elas terão a chance de desfrutar de momentos, talvez, inéditos. Algo como fazer uma viagem a outro país ou um pequeno passeio a um local próximo”, diz Dalila. “Seria algo quase impossível na vida real, devido às limitações físicas.”

A tecnologia de realidade virtual ou aumentada é ideal para pessoas que permanecem em lugares fechados por muito tempo. “Aqui, não se trata de um escape momentâneo da realidade, pois, mesmo após usarem os óculos de realidade virtual, as pessoas seguem envolvidas com as imagens que lhe foram apresentadas e que ficam guardadas em sua memória”, diz Costa.

Dor e ansiedade
Fora do Brasil, a tecnologia VR é uma poderosa ferramenta imersiva e será cada vez mais efetiva na redução da dor e da ansiedade.

Pesquisas indicam que a realidade virtual pode ajudar a reduzir 31% da dor e 25% da ansiedade. No Instituto de Psiquiatria da USP, crises de ansiedade entre pacientes caíram pela metade depois que foram submetidos a um tratamento terapêutico por meio da VR.

De acordo com o instituto, 20 pacientes que participaram da pesquisa tiveram uma redução média de 55% nas crises de ansiedade.

Em relação ao público da terceira idade, a tecnologia pode ajudar a reduzir problemas como isolamento e depressão. Eles atingem grande parte da população nessa fase da vida.

De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, quase metade dos idosos brasileiros (48,9%) sofre de mais de uma doença crônica, sendo a depressão a mais grave, atingindo 9,2% desse grupo. Assim, a realidade virtual pode transformar esse cenário ao colocar o usuário em contato com ambientes que lhe façam bem e lhe tragam boas lembranças.

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