Hoje (10) é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Além da data, durante todo o mês, ações e palestras são realizadas para conscientizar a população sobre o assunto que é uma questão de saúde pública. O suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens com idades de 15 a 29 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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A OMS tem como meta reduzir o número de suicídios. Mas, para isso, é preciso adotar algumas práticas. “O mais relevante é focar na prevenção. O tema não tem que ser um tabu, é preciso diálogo e derrubar as barreiras ainda existentes para termos resultados mais positivos”, diz o psiquiatra da Faculdade São Leopoldo Mandic, Dr. Celso Garcia Jr.
De acordo com o especialista, uma possível explicação para o aumento das taxas de suicídio entre os jovens é a relação impulsividade/agressividade. Em geral, indivíduos impulsivos, agressivos e deprimidos têm maior risco de suicídio. Nos jovens, essas características estão ainda mais presentes. Mas há uma série de outros fatores de risco e antecedentes relevantes para o comportamento suicida. Entre eles:
- Desesperança;
- Desamparo;
- Impulsividade e agressividade;
- Antecedente pessoal de tentativa de suicídio;
- Falta de adesão ao tratamento das doenças psiquiátricas;
- Ideação ou planejamento suicida; baixa tolerância a frustrações e adversidades;
- História de abuso físico ou sexual;
- Perdas ou separações dos pais na infância;
- Rede familiar e de apoio social instáveis;
- Eventos traumáticos recentes, como perdas afetivas;
- Acesso a métodos letais, como arma de fogo e substâncias venenosas.
Prevenção
As pessoas próximas devem estar atentas para os sinais e sintomas de depressão e as mudanças de comportamento, como isolamento social, declínio no desempenho escolar e abuso de álcool e outras drogas. “Quando isso acontece, a postura mais importante é acolher, tentar conversar e deixar desabafar, sem medo de ouvir o que a pessoa que está sofrendo tem para dizer”, salienta o Dr. Garcia Jr.
O especialista também diz que não é recomendado dar conselhos simplistas e descompromissados, como “vai ficar tudo bem”, “todo mundo passa por isso”, “você precisa ser forte”. Esse tipo de comportamento pode fazer a pessoa se sentir diminuída, ridicularizada.
A ajuda de um profissional de saúde habilitado, como um psicólogo ou um psiquiatra, é fundamental. Além disso, cada vez mais, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e os centros de atenção psicossociais estão preparados para acolher pessoas em sofrimento e com tendências suicidas. Há também o Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem atendimento 24 horas por dia, focado em acolhida, pelo telefone 188. A ligação é gratuita e as conversas são sigilosas.