Contratações de pessoas com baixa visão ou cegas diminuem na pandemia; veja como reverter isso
Neste mês, completa-se 30 anos da Lei de Cotas (nº 8213/91), que prevê a garantia do direito à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Neste ano, a data comemorada em 24 de julho, torna-se ainda mais relevante diante da diminuição de contratações de pessoas cegas ou com baixa visão, em decorrência da pandemia do coronavírus.
Quer fazer trabalho voluntário? Clique aqui e encontre um com a sua cara
Segundo pesquisa realizada em dezembro de 2020 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), 45 mil trabalhadores com deficiência haviam perdido seus empregos. Outro dado é o encerramento de 28.551 postos de trabalho para pessoas com deficiência entre janeiro de 2020 e abril de 2021.
Leia mais: Álbum: 100 coisas legais para fazer durante a quarentena
Pessoas fazem releituras de obras de arte durante a quarentena; confira
De julho a dezembro de 2020, esteve em vigor a lei 14.020, na qual o governo brasileiro instituiu o Programa Emergencial de Manutenção de emprego e renda às pessoas com deficiência, proibindo demissões. Neste momento, as pessoas seguem trabalhando sem a vigência dessa proteção legal, que garantia a empregabilidade.
Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos
A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico. Há 75 anos se dedica à inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos cegos e com baixa visão. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de habilitação e reabilitação, dentre eles orientação e mobilidade e clínica de visão subnormal, além de programas de inclusão educacional e profissional.
Responsável por um dos maiores parques gráficos de braille no mundo, com capacidade de impressão de até 450 mil páginas por dia, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é referência na produção e distribuição de materiais nos formatos acessíveis braille, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível, incluindo o envio gratuito de livros para milhares de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil.
A instituição também oferece uma gama de serviços em acessibilidade, como cursos, capacitações customizadas, sites acessíveis, audiodescrição e consultorias especializadas. Com o apoio fundamental de colaboradores, conselheiros, parceiros, patrocinadores e voluntários, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é reconhecida e respeitada pela seriedade de um trabalho que atravessa décadas e busca conferir independência, autonomia e dignidade às pessoas com deficiência visual. Mais detalhes: https://www.fundacaodorina.org.br.
Há 75 anos, a Fundação Dorina atua promovendo a autonomia e a inclusão de pessoas cegas ou com baixa visão. Desde 1954, a instituição conta com uma área pioneira de empregabilidade, voltada a contratação e qualificação profissional de pessoas com deficiência visual junto a empresas parceiras.
Por meio dessa atividade se verificou uma queda em novas admissões. Em 2019, a área de empregabilidade da Fundação Dorina promoveu a admissão de 116 profissionais. Já em 2020, foram registradas 60 contratações de pessoas cegas ou com baixa visão, uma redução de quase 50%.
A Fundação Dorina Nowill para Cegos possui diversos serviços voltados à empregabilidade, como análise de perfil dos candidatos, cursos de capacitação profissional e encaminhamento para processos seletivos. Além disso, as pessoas cegas ou com baixa visão podem cadastrar o currículo no banco de talentos da instituição e acompanhar as vagas disponíveis.
Empresas são sensibilizadas sobre a importância de promover a inclusão – e a equipe de recursos humanos – recebem apoio durante o processo de recrutamento e seleção.
Qualificação profissional é um diferencial para a carreira
Uma das missões da Fundação Dorina é qualificar pessoas com deficiência visual e promover a empregabilidade, inclusão e a autonomia.
“A empregabilidade garante autonomia à pessoa com deficiência visual. Nas empresas, esses funcionários colocam em prática suas habilidades e participam da sociedade, mas para isso acontecer, a capacitação profissional é essencial”, afirma Edson Defendi, especialista em Diversidade e Inclusão e coordenador da área de empregabilidade da Fundação Dorina Nowill para Cegos. “Os cursos de qualificação possibilitam que o aluno cego ou com baixa visão escolha a carreira que deseja seguir, além de desenvolver conhecimento para exercer suas funções”,
Para garantir essa qualificação, a Fundação Dorina oferece vários cursos, que com a pandemia, podem ser realizados a distância por interessados de todo Brasil. A novidade é o curso de Inglês Básico, inédito, a partir de agosto. Os alunos cegos ou com baixa visão que estiverem interessados podem se inscrever pelo site: https://fdnc.org/ingles.
Outros cursos oferecidos são de Informática Básica, Atendimento ao Cliente, Auxiliar Administrativo, Empreendedorismo e Oficina de Talentos, todos a distância. Já as aulas de Massoterapia são realizadas no modelo híbrido, com módulos de teoria aplicados online e a prática presencial.
Incluir para romper barreiras
Atualmente, no Brasil existem cerca de 441,3 mil pessoas com deficiência empregadas em virtude da Lei de Cotas. Destas 62,1 mil são pessoas com deficiência visual, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego/Relação Anual de Informação Social (MT/RAIS 2017).