O Ozempic se tornou febre entre pessoas que desejam perder peso. Inicialmente utilizado no tratamento do Diabetes Tipo 2, o medicamento passou a integrar também a rotina de indivíduos que não se encaixam precisamente nesse diagnóstico.
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“Ozempic é um dos nomes comerciais da substância semaglutida, que pertence à classe dos agonistas do GLP-1. Ela é usada para auxiliar os pacientes com Diabetes Tipo 2, caracterizado por resistência à insulina. Nesse caso, durante seu uso, é essencial manter uma dieta adequada e atividade física”, afirma Verônica El Afiouni, endocrinologista do AME Itu, instituição administrada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
A semaglutida simula no organismo humano a função do GLP-1, hormônio presente no intestino, responsável por controlar tanto os níveis de glicose no sangue como a satisfação alimentar. Por isso, a sua utilização é positiva para o tratamento do quadro.
Quando prescrita especificamente para diabéticos, a substância pode ainda contribuir para a redução de eventos cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico, assim como em doenças cardiovasculares já estabelecidas.
No entanto, o que vem chamado a atenção de muitas pessoas é uma característica específica. “Devido à saciedade gerada e o retardo do esvaziamento gástrico, ela auxilia ativamente no controle e na redução de peso de pacientes diabéticos que possuem obesidade, por exemplo”, explica Verônica.
Com isso, muitas pessoas com sobrepeso, ou que simplesmente buscam emagrecimento com fins estéticos, passaram a consumir a medicação de forma off label, ou seja, de maneira diferente daquela orientada na bula.
Até o momento, o remédio é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apenas para casos de Diabetes Tipo 2. Mesmo assim, a demanda tem sido tão alta no Brasil que muitas farmácias enfrentaram escassez do produto este ano. E como sua compra não exige receita médica, a aquisição para outros fins torna-se ainda mais fácil.
“Usar qualquer medicação sem orientação médica é arriscado. No caso do Ozempic, de modo geral, podem ocorrer náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, obstipação, entre outros sintomas”, afirma a endocrinologista. Porém, a especialista ressalta que esses efeitos podem ser minimizados com o aumento gradual das dosagens utilizadas e que, normalmente, são transitórios, desaparecendo após algumas semanas de uso.
Já pessoas que sofrem com alterações na função dos rins precisam ficar atentos, pois o medicamento pode desencadear desidratação e insuficiência renal. Em indivíduos predispostos, pode colaborar para o aparecimento de pancreatite aguda. Quanto aos diabéticos, o uso em conjunto com outros antidiabéticos orais ou insulina pode gerar hipoglicemia no organismo.
É fundamental enfatizar que, quando utilizado com supervisão médica e seguindo as orientações corretas, o medicamento pode ser uma ferramenta valiosa para a saúde de muitas pessoas. No entanto, além desse auxílio profissional, é importante sempre associá-lo a um estilo de vida saudável e consciente.
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