ONG Nosso Olhar luta pela inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho
Um dos DNAs da ONG Nosso Olhar é o de trabalhar em rede. “Com conexões de propósitos similares, conseguimos ir muito mais longe e muito mais rápido”, diz a empreendedora social Thaissa Alvarenga, criadora da organização não governamental.
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As oportunidades de inserção no mercado de trabalho de pessoas com deficiência têm sido um dos focos da ONG Nosso Olhar. E isso, tanto com projetos próprios, como com o trabalho em rede.
A entidade tem lutado, por exemplo, para tornar a empregabilidade mais acessível em parceria com o projeto Consolidar. Ambos buscam por soluções em diversidade e inclusão no mercado de trabalho em todo o Brasil.
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A Consolidar é a única empresa do segundo setor em parceria com uma ONG – a Nosso Olhar – que tem como propósito mudar a cultura. O objetivo é levar informação – e principalmente experiências –sobre a diversidade humana e relações mais humanizadas.
A atuação abrange os Pilares da Diversidade:
- Pessoas com Deficiência
- LGBTQIA+
- Equidade de Gênero
- Cor e Etnia
- Gerações
Nosso Olhar e Deficiências Intelectuais
A ONG Nosso Olhar tem foco relacionado às Deficiências Intelectuais e dá suporte à Consolidar neste quesito. “Estamos presentes nas sessões de sensibilização e conscientização apoiando e sendo o ponto de controle nas empresas que atendemos em conjunto”, diz Thaissa.
Além dessa parceria, a ONG Nosso Olhar faz um amplo trabalho com a Bike Art, um projeto próprio, mas que tem nas empresas grandes apoiadoras. A bicicleta é hoje um importante meio de transporte, que protege o meio ambiente e economiza o tempo das pessoas.
O projeto Bike Art leva oportunidades e transformações para quem tem alguma deficiência intelectual. A ideia nasceu em 2019, com duas missões: promover a bicicleta como um instrumento de transformação social que estimula a expressão artística e a inclusão no mercado de trabalho.
Na prática, o Bike Art tanto incentiva a arte quanto gera renda para pessoas com deficiência. Em razão da pandemia, o projeto foi suspenso, mas espera-se que volte em breve com novidades.
Espaço Rede T21
O Espaço Rede T21 foi criado pela ONG Nosso Olhar com o objetivo de conectar pessoas, propósitos e empresas. Inaugurado em 2020, o Espaço Rede T21 fica na rua Éden, 352, na Vila Sinhá (região do Morumbi, zona sul de São Paulo). Com proposta inovadora, abriga instituições do terceiro setor, projetos de inserção social e terapeutas especializados.
Como o Brasil e o mundo têm se movimentado no quesito inclusão
Historicamente, o mundo segrega a participação de pessoas com deficiência, limitando sua capacidade de usufruírem de empregos, escolas e outros ambientes. Porém, desde a década de 70, quando o assunto passou a ser enxergado como uma questão de direitos humanos, barreiras que impedem a inclusão têm sido quebradas.
A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que entrou em vigor a partir de maio de 2008, declarou que a deficiência faz parte da condição humana. Ao longo da vida, grande parte da população terá uma deficiência temporária ou permanente em algum momento.
Com ela, ao longo das últimas décadas, mais de 40 nações adotaram uma legislação contra a discriminação de pessoas com deficiência durante as décadas de 80 e 90. O Programa de Ação Mundial para as Pessoas Deficientes (1982), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), e as Regras Padrões sobre Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiências (1993) são alguns dos documentos internacionais que enxergam a deficiência como um ponto essencial dos direitos humanos.
O guia para empresas sobre direitos das pessoas com deficiência ressalta que uma adaptação razoável ainda é um trabalho árduo diante da falta de inclusão. Por adaptação razoável, entende-se modificações e ajustes necessários a fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam ter em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Iniciativas regionais e pontuais
Algumas vitórias têm ganhado espaço em grandes empresas. No Brasil, a Ericsson desenvolveu um programa que ajuda os funcionários com deficiência a melhorar suas habilidades de linguagem e comunicação, ganhar competências de TI e aprender gerenciamento de conflitos, marketing pessoal, planejamento financeiro, administração e ética do trabalho.
Com isso, a taxa de rotatividade para funcionários com deficiência reduziu de 40% para 5%.
O guia ainda aponta que as pessoas com deficiência têm quase o dobro do poder de compra dos adolescentes e mais de 17 vezes dos pré-adolescentes. Esses são os dois grupos demográficos mais procurados pelos esforços de marketing comercial e que gastam US$ 700 bilhões por ano em tecnologia.
Quando se trata de televisão, 66% dos espectadores com closed caption estão mais dispostos a comprarem produtos que tenham comerciais legendados.