Entre os dias 13 de abril e 12 de maio, os quase 2 bilhões de muçulmanos que existem no mundo celebrarão o Ramadan. Este período sagrado recorda o mês no qual o Alcorão, livro sagrado da religião islâmica, foi revelado ao profeta Muhammad.
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Durante o Ramadan os praticantes da fé islâmica devem redobrar as orações e práticas de caridade. E esse apelo nunca foi tão forte: pelo segundo ano consecutivo, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, FAMBRAS, está se mobilizando por meio do projeto “Islam contra a fome”.
“Ano passado, mobilizamos parceiros e conseguimos doar 150 toneladas de alimentos a pessoas carentes”, lembra o vice-presidente da entidade, Ali Zoghbi. “A distribuição de cestas básicas e carne aconteceu em vários estados brasileiros com a ajuda das mesquitas, associações islâmicas e entidades sociais. Foram beneficiadas milhares de famílias – independentemente de religião -, refugiados e indígenas”.
Consciente de que a situação atual é ainda mais delicada do que a do ano passado, a FAMBRAS tem como meta doar a mesma quantidade ofertada em 2020. “Com união e fé, somos capazes de enfrentar qualquer situação”, finaliza Zoghbi.
Entendendo o Ramadan
– Durante o mês do Ramadan, é recomendado que o muçulmano faça jejum. Quando nasce o sol, se inicia o jejum de água e comida. O pôr-do-sol marca o momento no qual é permitido voltar a alimentar-se, um ritual iniciado, geralmente, com o degustar de tâmaras. Pessoas que estão em viagem, mulheres grávidas, mães que estão amamentando, crianças, idosos e pessoas doentes – com a Covid-19 ou qualquer outra doença – não devem fazê-lo.
– Normalmente, durante o Ramadan, as famílias se reúnem nas mesquitas para fazer a ‘quebra do jejum’. Mas como as mesquitas estão fechadas, a recomendação é que orações sejam feitas em casa com a família.
– Ações de caridade devem ser intensificadas durante o Ramadan. E, em função da pandemia, esta prática merece ainda mais atenção.
– O Ramadan também tem por objetivo a transformação pessoal a partir de reflexões. “O distanciamento social pode nos ajudar a ter mais clareza para rever e reavaliar hábitos, repensar caminhos, a nos arrepender por atitudes prejudiciais a nós mesmos e ao próximo. É a purificação para que uma nova etapa de vida se inicie – e que possamos viver de forma mais plena e feliz”, diz Ali Zoghbi.