O livro “Discursos Diretos” traz 40 depoimentos de muçulmanos e não praticantes da religião, com o objetivo de conscientizar sobre a islamofobia e combater o preconceito. A obra foi feita pela estudante Ana Clara Gonçalves Sampaio, 16, lançada pela adolescente mineira na Bienal do Livro de São Paulo este ano.
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A ideia do livro surgiu há cerca de dois anos, quando Ana Clara estava com 14. Ela recebeu, na escola, a proposta de participar de um debate sobre o Islã, o terrorismo e os estereótipos envolvendo esta religião. Por conta disso, a estudante decidiu usar o Twitter para pedir a muçulmanos e não muçulmanos que mandassem seus depoimentos para ajudá-la no trabalho escolar.
Esse é o momento em que nasce o “Discursos Diretos”. O conteúdo dos depoimentos impressionou e auxiliou no processo de desconstrução de preconceitos com relação ao povo muçulmano, fossem dela mesma ou da turma. Ao tomar conhecimento da iniciativa da estudante, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) decidiu apoiar o projeto.
“Eu espero que esses 40 depoimentos e o desdobramento deles possam realmente mudar a imagem que as pessoas têm do Islam e dos muçulmanos, porque essa experiência mudou minha vida”, disse a jovem autora, no lançamento do livro.
Versão Digital
Pelo sucesso da obra, o livro passou a estar disponível para download. A Fambras disponibilizou o arquivo em PDF na página da entidade. A organização recomenda, ainda, a leitura como forma de trabalhar no combate ao preconceito religioso.
“É uma forma bem didática e, ao mesmo tempo, próxima ao jovem, porque traz casos práticos, depoimentos reais, que eles podem entender e transportar para suas vidas. Com esse projeto, queremos mostrar que o Islam é uma religião como outra qualquer: em busca da paz, da compaixão e da solidariedade”, explica Ali Zoghbi, vice-presidente da FAMBRAS.