O povo negro tem muita importância na formação da cultura brasileira, e no esporte não seria diferente. Embora o futebol, esporte mais popular do Brasil, seja protagonizado em sua maioria por jogadores negros, o racismo está muito presente no cotidiano do futebolista negro.
Criado por imigrantes britânicos, o futebol nasceu na alta classe brasileira e foi se democratizando. Hoje, em qualquer lugar do Brasil, é facilmente possível encontrar um grupo de crianças, adolescentes, adultos ou até idosos jogando futebol.
Do Oiapoque ao Chuí, das favelas até os condomínios de alta classe. O futebol é a cara do brasileiro. E o brasileiro é, em maior parte, negro. Mas, por que o jogador negro ainda sofre tanto racismo no Brasil e no mundo?
Bangu FC: símbolo da luta negra no futebol
Os negros muitas vezes são maioria entre os jogadores que aparecem nos palpites em casas de apostas online como a Bet365, apostas esportivas que reúnem previsões e palpites envolvendo o mundo do futebol e outros esportes.
Mas o futebol ainda carrega em muitos a sua alma elitista, de quando foi criado por Charles Miller. Naquela época, o esporte logo chegou aos operários e classe trabalhadora do Brasil.
Um dos maiores exemplos disso foi a criação do Bangu Atlético Clube. O time foi formado por ingleses mas era composto basicamente pelos operários da empresa de tecidos Bangu, no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro. O clube foi o primeiro do Brasil a escalar um atleta negro, em 1905.
Em 1907, a Liga Metropolitana de Football, que organizava os jogos no Rio de Janeiro, proibiu a escalação de “pessoas de cor” como jogadores. O time, então, se recusou a jogar na Liga e abandonou o Campeonato Carioca.
O time logo se tornou um símbolo da luta negra, mas foi o Vasco da Gama que deu o primeiro passo contra o racismo no futebol. O time carioca contratou um presidente mulato e conquistou um título com um time basicamente formado por jogadores negros, muitos contratados do Bangu.
Quando o Vasco foi campeão carioca, o racismo dos rivais ficou ainda mais nítido. O Flamengo, Fluminense e Botafogo criaram uma liga própria, em que o Vasco só poderia competir se demitisse todos os seus jogadores negros.
Os primeiros jogadores negros de destaque
Mesmo com o racismo muito forte no começo do século XX no futebol brasileiro, o primeiro ídolo do futebol amador brasileiro era mulato. Filho de alemão com uma negra brasileira, Arthur Friedenreich foi o autor do gol que deu o primeiro título internacional ao Brasil, no Campeonato Sul-Americano de 1919.
Arthur utilizava de táticas para parecer “mais branco”. Como já tinha olhos claros, ficava mais fácil disfarçar sua negritude, alisando os cabelos e passando pó de arroz no corpo para clarear sua pele.
Outro jogador que usava essa tática foi Carlos Alberto, que ganhou o apelido de “pó-de-arroz” porque o produto escorria conforme o jogador suava em campo.
Mas o maior ídolo de todos os tempos do futebol brasileiro é, justamente, um negro. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, mostrou para o mundo todo sua excelência no futebol. Era vítima de racismo no próprio time e pelos times adversários, mas isso não o impediu de fazer história.
Infelizmente, o Brasil não se vê livre de racismo no futebol mesmo nos dias de hoje. Mas, o fato de Pelé não precisar esconder sua negritude para ser admirado mundialmente, mostra o lento desenvolvimento da luta negra em campo, que ainda tem muito pela frente.