A quantidade de exames para obter um diagnóstico pode ser tão desagradável quanto a suspeita de um câncer. Pensando nisso, a startup Onkos Diagnósticos Moleculares desenvolveu um sistema de inteligência artificial que aponta um novo caminho para avaliação da doença na tireoide.
A novidade baseia-se em um modo de classificação de nódulos na glândula endócrina, desenvolvido em parceira com o Hospital do Câncer e com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fapesp.
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Os nódulos na tireoide acometem cerca de 60% da população brasileira. Para análise, uma coleta é feita por meio de uma punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Entretanto, “em cerca de 75% dos casos o resultado é negativo para o câncer”, afirma o biólogo e fundador da Onkos Marcos Tadeu dos Santos.
Em casos em que o resultado é maligno, e em parte daqueles dos que são inconclusivos, a retirada da glândula é o procedimento médico adotado. Dessa forma, no segundo cenário, o paciente pode ser submetido a uma cirurgia desnecessária. “[Nesse caso] o nosso teste é indicado exatamente para pacientes com nódulos de tireoide indeterminados”, explica Marcos.
Procedimento
O exame desenvolvido pela Onkos analisa o material utilizado na primeira PAAF, utilizando algorítimos de inteligência artificial. O recurso classifica-os como negativos ou positivos, com 96% de chances de acerto para os casos em que o câncer é descartado. Para os cenários em que se identifica a doença, o percentual de acerto fica em 76%.
“Além de poupar o paciente de um procedimento dolorido e estressante, economiza recursos para a fonte pagadora”, completa Marcos. Uma das vantagens é que, por não precisar de nova coleta, a empresa pode atender pacientes em todo o país. A Onkos desenvolveu um kit de transporte de amostra que possibilita o recebimento de material enviado de qualquer lugar.
“O paciente solicita o kit de transporte, envia a amostra para análise na Onkos, em Ribeirão Preto, e recebe o resultado do diagnóstico pela internet”, resume o fundador. A iniciativa está na Fase 2 de apoio da PIPE, com o objetivo de ampliar o número e a diversidade das amostras utilizadas na validação desse serviço diagnóstico. A previsão é de que esteja concluído em 2020.