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Instituto Raiz Nova: ONG combate a fome por meio de agroflorestas urbanas e abelhas sem ferrão

Instituto Raiz Nova combate a fome por meio de agroflorestas urbanas

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A implantação de agroflorestas urbanas para produção de alimentos, associada a projetos de meliponicultura com abelhas sem ferrão, é a metodologia eleita pelo Instituto Raiz Nova para levar educação ambiental às escolas públicas e instituições de todo o Brasil. A organização social lança oficialmente suas atividades neste mês de julho, a partir da sede em Curitiba, mas com uma agenda de alcance nacional.

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A estreia do Instituto Raiz Nova já apresenta os resultados obtidos no projeto piloto desenvolvido no Colégio Estadual Eusébio da Mota, onde 1,2 mil alunos e cerca de 3 mil famílias do bairro Boqueirão estão sendo impactadas. A programação inclui ações ambientais, educação financeira e capacitação em empreendedorismo, com oficinas de arte reciclada e moda sustentável.

O Instituto Raiz Nova foi criado pelas empresárias Cinira Amaral Ferraz e Patrícia de Marotta, ambas com foco em empreendedorismo social e com um olhar agudo para a insegurança alimentar e a degradação ambiental. A ONG nasce ambiciosa e na companhia de grandes organizações de impacto comunitário, como o Instituto As Valquírias – com quem já está em andamento um projeto de agrofloresta em São José do Rio Preto (SP) –, e de instituições privadas como o Banco Senff.


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Apoio e envolvimento

O Instituto Raiz Nova conta com apoiadores como o Instituto Renault, que doou pneus para o parquinho ecológico de recreação do projeto piloto, e os Grupos de Educadores Google Brasil e Curitiba. As próprias comunidades atendidas são parceiras de primeira ordem.

“O envolvimento das crianças, dos professores e das famílias é fundamental para que os alimentos continuem sendo cultivados e que as colmeias sobrevivam”, observa a fundadora e CEO do Instituto Raiz Nova Cinira Ferraz, ao elogiar a paixão da diretora do Colégio Eusébio da Motta, Olinda Pinheiro, ao abraçar o projeto.

Para saber mais

O que é agrofloresta?

Trata-se de um método ancestral de uso da terra que incrementa a produtividade e a sustentabilidade, baseando-se na variedade de culturas em contraposição à monocultura. Os cultivos geram interações ecológicas e econômicas, ajudando a restaurar áreas degradadas pela recuperação da fertilidade do solo, redução da erosão e aumento da biodiversidade, entre outras vantagens. É uma ferramenta importante para pequenas áreas de cultivo e por isso representa uma tecnologia social.

O que é meliponicultura?

É a atividade de criação de espécies de abelhas sem ferrão, também conhecidas como abelhas nativas do Brasil, que já existiam no país antes da introdução da abelha africana pelos colonizadores europeus.

Site do projeto

www.raiznova.com

Na escola de ensino fundamental e médio, a agrofloresta e a criação de abelhas crioulas sem ferrão foi implantada em 340 metros quadrados, com a ajuda de técnicos e agricultores voluntários. Mas a vice-presidente Patrícia de Marotta explica que o projeto pode ser adaptado para qualquer tamanho de terreno disponível.

Além de produzir alimentos e mel e de ser uma verdadeira oficina de técnicas agrícolas, a estrutura funciona como um laboratório e extensão da sala de aula para conteúdos transversais. Também é o campo ideal para ensinar e aprender sobre temas relacionados à sustentabilidade, como tratamento de lixo, esgotamento sanitário e saúde.

Renda complementar

“Acreditamos que o Instituto Raiz Nova contribui para que os alunos e as comunidades escolares aprendam sobre conservação ambiental e tenham acesso a uma alimentação mais saudável, enfrentando e combatendo a insegurança alimentar”, diz Cinira. “Crianças e adolescentes são muito sensíveis ao conhecimento e são grandes disseminadores de informação para suas famílias, que também ganham acesso a atividades econômicas complementares, que contribuem para seu empoderamento social.”

Os cursos de capacitação em empreendedorismo e gestão apontam para a possibilidade de gerar uma complementação de renda para as famílias dessas comunidades, por meio da elaboração de produtos de valor agregado gerados a partir de matéria prima produzida pela agrofloresta e a meliponicultura. A capacitação engloba a orientação profissional para o mercado, a identificação de feiras locais, e a organização da venda para a comunidade, incorporando práticas de sustentabilidade e responsabilidade social.

O Instituto também oferece à comunidade cursos de artesanato com materiais reciclados, para confecção de brinquedos e instrumentos musicais, de forma a proporcionar a todos um espaço lúdico, de criatividade artística, além de formação em moda sustentável e educação financeira para crianças.

Instituto Raiz Nova e Banco Senff 

O impulso para buscar a meta de dez projetos instalados neste ano em escolas vem da empresa que assumiu 100% dos custos do instituto. O Banco Senff é o braço financeiro para o varejo do grupo nascido de uma pequena padaria fundada em 1892.

A partir de 1977, a empresa – que também é de Curitiba e tem atuação nacional – tornou-se a rede de supermercados Parati e em 2000 abriu sua própria administradora de cartões próprios para o varejo. Em 2010, o grupo fundou a Financeira Senff S/A, e desde o fim do ano passado opera como banco múltiplo.

A parceria com o Instituto Raiz Nova materializa a adoção da agenda ESG (sigla em inglês para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança de um negócio) pelo Grupo Senff.

“Estamos investindo no futuro, com uma pauta de ações de forte impacto social e ambiental, olhando não apenas para nossos colaboradores, clientes e fornecedores, mas sobretudo para a sociedade que nos dá a oportunidade de crescer como empresa”, diz o presidente Leopoldo Senff, que também pretende envolver os 800 colaboradores em iniciativas voluntárias de apoio ao Instituto Raiz Nova.

Alinhado com esse propósito, o Banco Senff já investe em várias frentes, como a eliminação do uso do papel – a digitalização dos processos evita a impressão mensal de 500 mil faturas de cartão de crédito –, a educação financeira e cidadã dos clientes e a criação de linhas de crédito especiais para o varejo brasileiro enfrentar questões como as de gestão de resíduos e geração sustentável de energia.



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