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Hormônios: excesso é prejudicial e pode colocar saúde em risco

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O uso exagerado de hormônios, seja em forma de suplementos, seja outras apresentações, pode trazer riscos à saúde. A suplementação hormonal só deve ser feita com acompanhamento médico, pois os níveis e as necessidades variam naturalmente conforme idade, sexo e outras características individuais.

De acordo com o médico endocrinologista Daniel Lerario, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina, o excesso de hormônios pode suprimir a produção de outros, levando a um desequilíbrio no organismo, afetando diversas funções, como metabolismo, crescimento e reprodução.



“Cada hormônio tem seus próprios efeitos colaterais e podem levar a surgimento de acne, queda de cabelo ou oleosidade excessiva da pele, bem como irregularidades menstruais, disfunção erétil, alterações no humor, ansiedade e depressão. Com o uso contínuo, podem levar a problemas cardiovasculares, sobrecarga nos fígados e rins, infertilidade e aumento do risco de alguns tipos de câncer, como de mama, próstata e fígado.”

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Confira alguns dos principais hormônios utilizados indiscriminadamente hoje e os riscos do uso excessivo:

Testosterona

O uso abusivo de testosterona em homens pode levar a:

Em mulheres, o excesso de testosterona pode causar:

DHEA (Dehidroepiandrosterona)

A DHEA é um hormônio precursor de outros sexuais. O uso excessivo pode causar:

Hormônios de Crescimento (GH)

O GH é um hormônio de crescimento produzido naturalmente pelo corpo, estimulando diversos processos do organismo.

Estudado desde a década de 1950, é apontado como o fator mais importante ligado ao crescimento corporal. Fundamental para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, a falta desse hormônio pode fazer com que sua altura permaneça abaixo da média da população da mesma idade e sexo. Por este motivo, quando detectada a sua falta ou níveis abaixo do esperado, é indicada a suplementação.

“Atualmente, porém, o GH vem sendo usado por adultos na tentativa de evitar o envelhecimento ou potenciar o ganho de massa muscular”, explica Daniel. “É importante destacar que não existem estudos que indiquem benefício para estes fins. Ao contrário, diversos efeitos colaterais podem ocorrer”, completa.

Entre eles, estão:

É importante que o uso do hormônio do crescimento seja acompanhado por um especialista, pois há contraindicações importantes. Em adultos, não deve ser usado na gravidez ou em indivíduos com histórico de câncer ou tumor intracraniano benigno. Também deve ser avaliado caso a caso a indicação para portador de diabetes, retinopatia diabética, hipotireoidismo não tratado e psoríase.

Anabolizantes esteroides

Segundo o especialista, anabolizantes são hormônios esteroides naturais e sintéticos, que promovem o crescimento celular e sua divisão. O resultado é o desenvolvimento de diversos tipos de tecidos, especialmente muscular e ósseo.

“Sem a correta indicação e acompanhamento médico, esses hormônios podem trazer diversos danos à saúde, como comportamento agressivo, alucinação e elevação do número das hemácias no sangue, aumentando o risco de formação de coágulos e hipertensão arterial”, alerta Daniel.

Entre os homens, podem levar à atrofia dos testículos, à diminuição da produção de espermatozoides, à infertilidade, ao aumento das mamas (ginecomastia), à acne e à calvície. Entre as mulheres, as principais queixas são aumento de pelos faciais e corporais, acne e estrias, engrossamento da voz, diminuição dos seios, aumento do tamanho do clitóris, irregularidade menstrual e aumento de apetite.

Em crianças e adolescentes, pode ocasionar interrupção no crescimento e alterações no aparelho locomotor, aumentando o risco de lesões, pois a estrutura osteoarticular não consegue acompanhar o crescimento muscular, inibindo a síntese de colágeno em ligamentos e tendões.

Recomendações

Consulte um médico endocrinologista antes de iniciar qualquer tipo de suplementação hormonal. O profissional solicitará exames, analisará a sua rotina e determinará se a suplementação é necessária, adequada e segura. Em caso de necessidade, o especialista prescreverá as quantidades e formas de administração ideais. Siga corretamente estas instruções e realize o acompanhamento.

Monitore seu corpo e esteja atento a qualquer efeito colateral. Se notar algo diferente, informe o médico imediatamente.

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