A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 90% da população mundial sofre com o estresse. O Brasil, inclusive, é o segundo país com o maior número de pessoas sofrendo deste mal. Os dados são de um levantamento da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA).
“O estresse é uma resposta física do nosso organismo a um estímulo. Quando estressado, o corpo pensa que está sob ataque e aciona o modo ‘lutar ou fugir’, liberando uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas, como adrenalina e cortisol, para preparar o corpo para a ação física”, explica Lívia Salomé, médica especialista em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard e vice-presidente da Regional Minas Gerais do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.
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Segundo a doutora, a manutenção de um estado de estresse por longos períodos pode ser prejudicial à saúde. Isso porque as alterações hormonais causam modificações no organismo como um todo. A lista de enfermidades desencadeadas é bem extensa. A seguir, descubra algumas delas:
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Transtornos alimentares
Quando o corpo está sobrecarregado ou fora de controle, ele tenta encontrar maneiras de lidar com esses sentimentos desagradáveis por meio da alimentação. Isto pode desencadear problemas como compulsão alimentar ou anorexia.
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Asma
O estresse está entre os fatores desencadeantes das crises de asma, uma doença inflamatória das vias aéreas. Na prática, a condição provoca o estreitamento dos brônquios (pequenos canais de ar dos pulmões), o que dificulta a passagem do ar, comprometendo a respiração.
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Alergias e problemas de pele
A pele é um dos órgãos mais afetados pelo estresse. “A alergia nervosa pode ser caracterizada por lesões do tipo eczema. Isto é, placas vermelhas e ásperas, algumas vezes, com pequenas bolhas. Aqui, a coceira é o principal sintoma”, explica Lívia.
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Doenças cardiovasculares
O estresse pode fazer com que as artérias e as veias se comprimam, resultando em diminuição do fluxo de sangue, batimentos cardíacos irregulares e até enrijecimento das artérias. Isto aumenta o risco de formação de coágulos, má circulação, AVC, aumento da pressão arterial e até mesmo infarto.
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Síndrome do intestino irritável e prisão de ventre
O estresse pode provocar contrações no intestino, deixando-o mais sensível a estímulos e causando flatulência, diarreia e distensão abdominal. Quando constante, o órgão pode ficar com estas alterações permanentes, resultando em síndrome do cólon irritável. “Em outros casos, pode ocorrer o contrário. Ou seja, a alteração da flora intestinal, levando a pessoa a ir com menos frequência ao banheiro. Isto contribui para o surgimento ou agravamento da prisão de ventre”, afirma a especialista.
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Como driblar o estresse
Lívia recomenda bons hábitos no dia a dia para evitar que o estresse atrapalhe a saúde. A médica ressalta que é importante reconhecer suas limitações e não se preocupar excessivamente com aquilo que não está ao seu alcance. “Muitas pessoas deixam de compartilhar suas preocupações e acabam acumulando ‘peso nas costas’ – o que é extremamente prejudicial e pode desencadear um quadro de depressão e ansiedade”, diz.
Além disso, a especialista aponta que praticar atividade física regularmente faz o cérebro liberar substâncias que auxiliam no relaxamento. Sorrir mais, por sua vez, induz o órgão a produzir neurotransmissores ligados ao bem-estar. Já meditar influencia na química cerebral. “É preciso considerar que ter diversão é uma medida preventiva inigualável quando falamos em saúde cardiovascular”, comenta Lívia.
Por fim, a médica indica que se priorize o sono. “É durante o descanso noturno que o corpo fortalece o sistema imunológico, libera a secreção de hormônios, consolida a memória, entre outras funções importantes para o funcionamento correto do organismo – e o distanciamento do estresse”, conclui Lívia.