O Fundo Baobá para Equidade Racial, com apoio do Google.org, braço filantrópico da gigante norte-americana, lançou nesta quarta-feira (5) o edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça. A iniciativa vai selecionar 10 entidades negras que atuam contra o racismo, a violência racial e incorreções que ocorrem dentro do sistema de Justiça Criminal no Brasil. Cada uma vai receber R$ 100 mil para executar projetos que viabilizem ações de enfrentamento a esses problemas.
Além do aporte financeiro, cada uma das entidades negras receberá suporte técnico para o fortalecimento institucional. As lideranças das ONGs selecionadas receberão, de forma virtual, capacitação e ferramentas de planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de projetos.
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Como participar do edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça
As entidades negras interessadas devem realizar suas inscrições neste site até 6 de junho. Vale destacar que as propostas devem seguir um dos temas abaixo:
- Enfrentamento à violência racial sistêmica;
- Proteção comunitária e promoção da equidade racial;
- Enfrentamento ao encarceramento em massa entre adultos e jovens negros e redução da idade penal para adolescentes;
- Reparação para vítimas e sobreviventes de injustiças criminais com viés racial.
Enfrentamento ao racismo
“No ano em que o Fundo Baobá celebra 10 anos de existência, o lançamento do Programa Equidade Racial e Justiça e deste edital é uma oportunidade para a comunidade negra intervir em alguns efeitos e promover mudanças positivas. Apenas as ações de políticas públicas não têm sido suficientes para conter a crescente escalada de violências e violações de direitos que assolam a população negra brasileira”, diz Selma Moreira, diretora executiva do Fundo Baobá.
A ação filantrópica voltada para grupos entidades negras é resultado de um esforço coletivo para o enfrentamento ao racismo e promoção da equidade racial. O edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça será mais uma oportunidade para população negra fortalecer estratégias de ativismo e resistência frente às injustiças raciais recorrentes, envolvendo e engajando comunidades, vítimas, sobreviventes e aliados.
Compromisso do Google
Em 2020, o CEO do Google e da Alphabet, Sundar Pichai, reafirmou a importância de se reconhecer o racismo como um problema global. Ele também reforçou o compromisso de colaborar com o trabalho de organizações atuantes no combate ao racismo e a desigualdade em países como o Brasil. Tanto é que a empresa anunciou a destinação de US$ 500 mil (cerca de R$ 2,5 milhões) em doações para organizações sem fins lucrativos que trabalham para promover a justiça racial no País.
O Fundo Baobá foi uma das entidades negras contempladas. O Google.org ainda destinou US$ 100 mil para o Núcleo de Pesquisa em Justiça Racial e Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Liderado pelos professores Thiago Amparo e Marta Machado, tem o objetivo de melhorar a coleta de informações sobre o estado da justiça racial no Brasil, a partir da análise de estudos de caso, dados e visualização das dimensões raciais da violência policial no País.
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