8 dúvidas sobre maternidade respondidas por uma psicóloga
A maioria das mulheres, ao revelar que está grávida, costuma ouvir o famoso “parabéns”, que carrega a ideia de que está plena e feliz, realizando um sonho. No entanto, mais da metade das brasileiras (55%) não planejam a gestação, segundo pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz.
Pensando nisso, Rafaela Schiavo, psicóloga perinatal e fundadora do Instituto MaterOnline, responde as principais dúvidas sobre maternidade, sua romantização e ainda oferece dicas práticas para lidar com essa fase de forma mais realista.
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1. Por que a maternidade é tão idealizada?
RS: A sociedade costuma ver a maternidade como a realização suprema da mulher, o que dificulta o reconhecimento de sentimentos negativos. Essa idealização cria expectativas irreais, fazendo muitas mães se sentirem inadequadas ou culpadas por não corresponderem a esse ideal. Nós precisamos falar mais sobre essa romantização. Não é incomum ver mulheres chorando porque não têm com quem contar e se sentindo culpadas simplesmente por estarem exaustas.
2. Quais são os impactos negativos dessa idealização?
RS: A idealização pode levar ao isolamento emocional. Mães que não se sentem felizes o tempo todo podem ter dificuldade em expressar seus sentimentos, o que pode piorar problemas de saúde mental, como a depressão puerperal. A romantização da maternidade está afetando muitas mulheres, o que influencia diretamente seus bebês.
3. Como lidar com a pressão para ser uma mãe perfeita?
RS: É importante entender que não existe uma “mãe perfeita”. Aceitar que é normal ter dias difíceis e buscar apoio emocional e prático é essencial. Conversar com outras mães, familiares e amigos pode ajudar a compartilhar experiências e aliviar a pressão. Nossa sociedade não sabe como tratar mulheres como mães humanas, que têm direitos e não precisam lidar com tudo com um sorriso no rosto.
4. O que fazer quando sentimentos negativos surgem?
RS: Reconhecer e aceitar esses sentimentos é o primeiro passo. Não há problema em pedir ajuda profissional. A psicoterapia pode ser uma ferramenta valiosa para trabalhar essas emoções e encontrar maneiras de lidar com elas. A saúde mental das próximas gerações também depende de como tratamos as mães hoje. Como psicólogos, temos a obrigação de mudar essa história.
5. Como posso construir uma rede de apoio?
RS: Uma rede de apoio pode incluir familiares, amigos e até profissionais de saúde. Eles podem ajudar com tarefas diárias, oferecer um ombro amigo e compartilhar experiências. Ter um parceiro compreensivo também é fundamental.
6. Qual é o papel do parceiro nesse processo?
RS: Um parceiro presente e envolvido pode fazer uma grande diferença. Dividir responsabilidades e apoiar emocionalmente a mãe pode aliviar significativamente a carga e promover um ambiente mais equilibrado e saudável para a família.
7. O que posso fazer para evitar que eu e meu bebê soframos com a romantização da maternidade?
RS: É fundamental oferecer suporte e atenção às mães. Isso envolve fornecer atendimento psicológico, criar redes de apoio entre familiares e amigos, e promover uma visão mais honesta e realista da maternidade. Como sociedade, precisamos nos preocupar com essa questão. Milhares de mães estão sem apoio necessário para cuidar de seus filhos.
8. Como encarar a maternidade de forma mais real?
RS: Informação e preparação são fundamentais. Participar de grupos de apoio, fazer terapia e aprender sobre os desafios da maternidade podem contribuir para ajustar as expectativas. É importante lembrar que cada experiência é única e válida.
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