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Dia Internacional do Livro: amiga e companheira, a leitura é um hábito que beneficia o corpo e a mente

Thalita Ribeiro
23 de Abril de 2018


Crédito: Visualhunt

Companheiro de cabeceira, amigo para todas as horas e mediador de problemas cotidianos. O livro pode representar esses e outros papeis na vida das pessoas. Em comemoração ao Dia Internacional do Livro (23), o Busca Voluntária ouviu entidades filantrópicas, professores de psicologia e de literatura para entender como essas obras e o hábito de ler podem trazer benefícios. Descobrimento de novas possibilidades e auxílio na superação de traumas foram alguns dos exemplos citados pelos especialistas.

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A comemoração tem origem espanhola, datada da década de 20 do século passado. Em 1995, a Unesco estabeleceu o dia 23 de abril como a Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor. Para Silvio Pereira, professor de literatura da Universidade Metodista de São Paulo, o livro é o principal meio de acesso à leitura, que contribui para o entendimento do mundo ao redor. “O hábito de ler tem uma capacidade libertadora, pois permite ao indivíduo conhecer outras realidades que não só a sua vivência.”

Saúde e bem-estar

O acadêmico comenta também que há estudos no campo da psicologia trabalhando com a leitura como parte de procedimentos de cura durante tratamentos. “O paciente pode descobrir que a dor não é algo só dele, mas sim da humanidade”, explica.

Sobre o tema, Angélica Capaleri, acadêmica da Universidade Metodista de São Paulo, reforça o papel de auxilio da leitura. “O livro é uma fonte de informação. Ele pode ser uma oportunidade de se espelhar no outro e ter esperança para continuar a enfrentar problemas”, diz.

Para crianças e adolescentes, a professora explica que o livro tem um papel ainda maior. “O livro pode ser uma oportunidade para conhecer um mundo diferente ou até mesmo aprender a lidar com problemas comuns à adolescência. Como sexualidade, conflitos familiares e interação social”, afirma Angélica.

Apesar dos benefícios do hábito, o interesse do público jovem para a leitura – em especial de livros – teve queda na era digital. A última edição da pesquisa Retratos da Literatura no Brasil (2016), do Instituto Pró-Livro, aponta a diminuição do hábito entre as crianças. De acordo com o levantamento, na faixa etária de 5 a 9 anos, o número de leitores diminuiu de 11% para 9%.

Por isso, para alimentar novamente o carinho pela leitura, Silvio recomenda que se procure por obras com assunto pelos quais a pessoa tenha interesse. “Essa é uma opção para ter uma relação melhor com a leitura. Eu acredito que seja necessário ler Machado de Assis, por exemplo, mas será que isso deve ser feito aos 17 anos?”. O professor dá a opção dos romances de banca de jornal como pontapé inicial.

ONGs

De acordo com Silvio, os livros ainda podem ajudar entidades que prestam ajuda a facilitar a aproximação com as pessoas. “É possível observar a relação que elas têm com o objeto e daí construir um vínculo”, comenta.

Um exemplo desse caso é encontrado nos trabalho do Instituto Fazendo História (IFH). A entidade existe há 13 anos e começou as atividades dentro de instituições da Fundação Casa. Foi assim que a fundadora da ONG Cláudia Vidigal percebeu a importância do resgate das histórias de vida das crianças e adolescentes que moravam ali.

“Quando eles estão em situação de acolhimento, não têm o registro da sua própria trajetória. Durante o trabalhos, os voluntários se apropriam da leitura para que a criança se veja na obra, para então contar a sua própria história”, comenta Virgínia Toledo, uma das colaboradoras do IFH.

Os trabalhos da entidade são feitos dentro de abrigos e cada criança é acompanhada por um voluntário durante, no mínimo, um ano e com frequência de uma vez por semana. Durante esse período, o projeto Fazendo a Sua História busca construir uma narrativa da trajetória da criança e também a mediação dela com outros livros. “É uma forma deles enxergarem que não estão sozinhos no mundo e de se entenderem como sujeitos na sociedade”, conta Virgínia.

Melhor Idade

Já para a melhor idade, existente há quase 20 anos o Projeto Velho Amigo, que atende cerca de 1.300 idosos na cidade de São Paulo e na região metropolitana. Além de atividades físicas, artesanato e alfabetização, o livro está presente no dia a dia deles na entidade.

“Percebo que o livro ajuda muito no processo de aprendizado para ler e escrever. Entre uma atividade e outra, há idosos que correm para a biblioteca para pegar um livro”, afirma a assistente social Edna Dertinati. Ela trabalha na unidade do bairro Heliópolis (SP) e se emociona ao ver a relação que é possível construir com as obras. Segundo a profissional, a leitura ainda ajuda a ter mais concentração e despertou a curiosidade dos idosos.

“O livro se tornou um amigo e companheiro daqueles que residem só. Uma senhora comentou comigo que, quando lê à noite, dorme mais serena, e ainda esquece que está sozinha em casa”, afirma Edna. Ela conta que mesmo aqueles que ainda não conseguem ler a história completa, gostam de folhear as páginas e imaginar a obra a partir das figuras.

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