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Dara: inteligência artificial ajuda prevenir infarto e AVC pelo SUS

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O gigantesco volume de dados gerados por Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), postos de saúde e hospitais – em um sistema que atende mais de 190 milhões de pessoas, o Sistema Único de Saúde (SUS) – pode ser usado para antecipar a informação de que um indivíduo está propenso a ter um infarto ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Por meio de inteligência artificial, isso pode ser feito ao levar essa informação ao médico de forma automática em consultas de rotina, com tempo hábil para estabelecer um plano de ação para evitar o quadro.

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O quadro acima é algo que se esperaria de uma gigante do Vale do Silício, mas que veio de uma empresa de Florianópolis, a IPM Sistemas. Dara, como é chamada a inteligência artificial, analisa milhões de parâmetros para identificar padrões e situações invisíveis aos olhos humanos. Ela fornece ao médico, responsável final pelas decisões de cada caso, subsídios para a definição de um plano de tratamento ou prevenção individualizado para cada paciente.

A Dara foi apresentada no final de setembro no Congresso de Municípios, Associações e Consórcios (COMAC-SC), promovido pela Federação Catarinense de Municípios (FECAM).


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Ana Mees, líder de inteligência artificial da empresa, diz que a visão é trazer ao setor público mais assertividade e eficiência, usando a tecnologia como apoio na tomada de decisões. Em um momento em que o Brasil já tem mais de 1 milhão de pessoas na fila para cirurgias eletivas via SUS – e 2,5 milhões seguem fora das creches por falta de vagas –, trazer a Dara para prever situações e otimizar o investimento público, com foco em melhorar a qualidade de vida da população, soa como uma evolução e investimento necessários.

“O desenvolvimento da tecnologia é fruto de diversos anos de trabalho de um time multidisciplinar de engenheiros, biomédicos, médicos e gestores públicos, e utiliza machine learning e redes neurais profundas para trazer novas informações e previsões ao trabalho no setor público”, diz Ana.

Na prática, Dara interpreta grande volume de dados de diferentes bases com informações individuais – de atendimentos e exames de rotina, como um check-up – e apresenta ao médico um “alerta” para cada indivíduo. Cabe ao profissional de saúde, a partir daí, decidir o que fazer. “Nossa premissa básica é entender que o médico conhece melhor do que ninguém o paciente e as questões de saúde. A inteligência artificial é apenas uma ferramenta a mais para o trabalho dele, focada em otimizar a rotina do profissional e melhorar a qualidade de vida da população”, aponta Ana.

A capacidade de predição de casos de AVC ou infarto é uma das mais recentes, mas não a única funcionalidade da Dara. Lançada em maio, a inteligência artificial desenvolvida pela IPM Sistemas também antecipa o prognóstico da diabetes em até 3 anos e pode ser usada como ferramenta de apoio ao planejamento da infraestrutura das cidades.

Dara antecipa a identificação de demandas por serviços públicos em áreas como saúde e educação, e em decisões de construção, definição de equipes, e alocação de atendimentos.

Em setembro, além da antecipação dos prognósticos de infarto e AVC, a IA ganhou ainda novas funcionalidades e “aprendeu” a conversar e atender às demandas da sociedade por meio de mensagens de texto ou voz via chat ou WhatsApp. O objetivo, conta Ana, é democratizar o acesso aos serviços, melhorar a qualidade do atendimento, e economizar recursos públicos, trazendo a IA para o atendimento à população.

“A Dara segue o padrão de gigantes como a Alexa, da Amazon, e Siri, da Apple, e compreende e interpreta a fala humana para gerar respostas no mesmo tom, de forma natural. Isso é muito diferente daquilo que a população está acostumada a ver em chatbots que exigem a seleção de alternativas pré-definidas, e muitas vezes longe de qualquer resolução satisfatória”, comenta Ana.

Ela conta que a plataforma está treinada para responder a mais de 100 mil perguntas e solicitações – o que pode ir desde o pedido de um carnê de IPTU até o encaminhamento de processo de abertura de uma empresa, entre outras demandas.

“Sabemos que ainda são muitos os desafios a serem superados na área pública, e vemos na inteligência artificial o potencial de mudar isso”, ressalta Lúcia Mees, Gerente de Inovação e Engenheira Eletrônica e da Computação pela Duke University. “Foram anos de pesquisa, desenvolvimento, e investimentos na criação dessas tecnologias, sempre com a visão de elevar o padrão dos serviços públicos, otimizar gastos, e melhorar a qualidade de vida da população”, completa.

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