Com mais de 170 mil casos confirmados, a França é o quinto país com mais pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Paris e outras cidades seguem em quarentena para evitar a propagação da covid-19 e tentar reduzir o número de óbitos em território francês – segundo a Johns Hopkins University, ele gira em torno de 25.500.
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No episódio 12 da série de entrevistas Covid-19 pelo mundo, imigrantes que moram na França falam a respeito do período de quarentena no país.
Covid-19 pelo mundo: dia a dia na França
O brasileiro André Rocha, de 27 anos, que trabalha com desenvolvimento de recursos humanos e cursa mestrado em RH em Paris, conta que sua rotina foi diretamente afetada pela pandemia.”Parei de trabalhar. Meu contrato foi suspenso, e meu seguro-desemprego foi ativado. Recebo 84% do meu salário e, assim que formos liberados, vou poder voltar ao trabalho sem problemas. Realmente, não posso reclamar”, ressalta.
André explica que sempre teve a impressão de que os franceses eram egoístas, mas que se surpreendeu durante a pandemia.”Todos os dias, às 20h, os hospitais são aplaudidos pelas pessoas nas janelas e nas sacadas. Tem muita ajuda vindo do setor privado para os hospitais, e tudo muito pode contribuir como pode, por exemplo, doando máscaras e fazendo voluntariado”, comenta.
Retorno gradual
O presidente francês Emmanuel Macron anunciou que o país abrirá as escolas aos poucos, mas que o ensino superior só voltará a ter aulas presenciais no próximo ano acadêmico (setembro de 2020). “Minhas aulas vão ser feitas à distância até lá. É chato, mas compreensível”, diz André. “Quando não estou na faculdade, coloco as séries de TV em dia, converso com amigos, asso bolos, aprendo italiano e enlouqueço pouco a pouco dentro de casa, igual às outras pessoas”, se diverte.
Quem também teve o cotidiano afetado é a mexicana Azalea Rangel Ramirez, de 35 anos, que atua como gerente de contas na região de Rueil-Malmaison île de France. Segundo ela, a vida de quem mora na França tende a continuar diferente nos próximos meses.
“Restaurantes, bares, estádios, cinemas e teatros não devem funcionar até 15 de julho. Além disso, as fronteiras internacionais ficarão fechadas, pelo menos, até o fim de agosto”, conta Azalea.
Para André, o futuro pós-pandemia é uma oportunidade e tanto para criar uma nova mentalidade em todo o mundo. “Os franceses deveriam perceber que estão bem e que a situação poderia estar mil vezes pior. Espero que eles possam ser mais agradecidos e que parem de reclamar tanto”, finaliza.
Covid-19 pelo mundo: série de entrevistas
O Busca Voluntária e o Rota de Férias estão conversando com pessoas de todo o planeta para saber como o coronavírus está afetando a realidade de suas cidades. Confira os outros capítulos da série:
Capítulo 1: Covid-19 pelo mundo: advogada relata o dia a dia na Cidade do México
Capítulo 2: Covid-19 pelo mundo: brasileira conta como está a vida em Santiago
Capítulo 3: Covid-19 pelo mundo: “estamos melhorando aos poucos”, diz morador de Bréscia
Capítulo 4: Covid-19 pelo mundo: americanos contam como está a vida em Denver
Capítulo 5: Covid-19 pelo mundo: brasileiro fala sobre a quarentena no Canadá
Capítulo 6: Covid-19 pelo mundo: estudante vislumbra caos no México pós-pandemia
Capítulo 7: Covid-19 pelo mundo: “muitos negócios já faliram”, diz brasileira que vive em Nova York
Capítulo 8: Covid-19 pelo mundo: influenciadores de Orlando falam sobre os impactos da pandemia
Capítulo 9: Covid-19 pelo mundo: “as coisas estão melhorando aos poucos”, diz espanhola
Capítulo 10: Covid-19 pelo mundo: enfermeira fala sobre o dia a dia na Alemanha
Capítulo 11: Covid-19 pelo mundo: “a sociedade aqui está unida”, diz moradora de Amsterdã