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Casais com HIV podem ter filhos livres do vírus; entenda como técnica funciona

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Desde a descoberta, o vírus da imunodeficiência humana (HIV) já passou por muitos momentos. Se antes era visto como uma doença que resultava em diversos óbitos, hoje, o maior desafio dos soropositivos, no País, é o preconceito e a desinformação. Inclusive, esse tem sido apontado como uma das maiores dificuldades da campanha do Dezembro Vermelho, mês de conscientização para o tratamento de HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis.

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E uma das principais dúvidas é em relação ao sonho de ter filhos. Casais com HIV podem ter acesso a tratamentos de reprodução assistida? A resposta é sim. Técnicas cada vez mais avançadas impedem que o vírus passe na gestação, no parto e na amamentação. Mais de um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil, estima o Ministério da Saúde. E boa parte desse grupo está em idade reprodutiva e quer ter filhos.

“Hoje, é possível ter qualidade de vida e viver a maternidade e paternidade caso seja o desejo. Assim como a ciência evoluiu no tratamento, diagnóstico e qualidade de vida das pessoas com HIV, também avançou em técnicas que permitem que o sonho se torne realidade. A FIV (Fertilização In Vitro) e a Inseminação Intrauterina são algumas delas, especialmente para os casos em que a mãe é soropositiva”, explica Edson Borges Jr., diretor científico do Instituto Sapientiae – Centro de Estudos e Pesquisa em Reprodução Assistida e diretor médico no FERTGROUP.


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Em situações como essa, é necessário uma preparação, que inclui estimulação ovariana, recuperação oocitária e preparo e seleção do sêmen. “As únicas restrições que os serviços de reprodução humana normalmente impõem é que as mulheres soropositivas não congelem óvulos, já que existe risco, mesmo que baixo, do material estar contaminado. Além disso, como é armazenado em um tanque comum, pode haver transmissão”, salienta.

Como funcionam as técnicas para casais com HIV

A Fertilização In Vitro consiste em fecundar o óvulo e o espermatozoide em ambiente laboratorial, formando embriões que serão cultivados, selecionados e transferidos ao útero da mulher.

Na inseminação intrauterina, uma técnica menos complexa, os espermatozoides são colocados no fundo do útero quando a mulher está ovulando. Espera-se que a trompa capture o óvulo, que os espermatozoides a penetrem e se unam ao óvulo, formando o embrião.

“Com as técnicas de preparo seminal e a ausência do vírus no plasma seminal, no caso do homem soropositivo para o HIV, a probabilidade de contaminação da parceira nos tratamento de fertilização in vitro, até hoje, foi zero”, comenta o especialista.

Tratamento e acompanhamento

O especialista destaca e reforça que não são apenas os especialistas em reprodução que vão estar no processo. O paciente soropositiva precisa fazer acompanhamento com um infectologista. “Isso torna o manejo dos gametas mais seguro e fácil. E vale tanto para homens quanto para mulheres. Ao chegar com exame positivo, é necessário que um infectologista ateste que a contagem viral do paciente está muito baixa ou indetectável, reduzindo, dessa forma, o risco de infecção”, explica.

O que é importante ressaltar, especialmente durante esse mês, é que pessoas vivendo com o HIV têm uma vida normal e, embora a prevenção seja o mais importante, o preconceito é, sem dúvida, o cenário mais grave enfrentado.

“O Brasil sempre foi exemplo no acesso ao tratamento para o HIV e continua sendo. As maiores dificuldades encontradas pelas pessoas soropositivas não são exatamente em relação à saúde, mas, muitas vezes, de falta de informação e preconceito. Isso não cabe mais. O sonho da maternidade e paternidade para casais com HIV é para todos que a desejam”, finaliza Edson.

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