“A Carambola nasceu do meu fígado”, conta Gustavo Glasser, homem trans, que cresceu no bairro classe média baixa do Grajaú, em São Paulo. Passando por dificuldades no início da trajetória profissional, ele descobriu, por meio de um amigo, que o salário de programadores era muito melhor do que o que recebia em subempregos.
De forma pragmática, decidiu estudar programação, mesmo enfrentando inúmeras dificuldades financeiras para concluir os estudos e se dedicar à nova profissão. Sem apoio da família após assumir sua orientação sexual, ele foi à luta sozinho para se sustentar e manter os estudos.
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Com o tempo, tornou-se programador em grandes empresas, fundou o próprio negócio e vivenciou o propósito de compartilhar o conhecimento com outros jovens e adultos. Dessa forma, surgiu a Carambola, negócio de impacto social que capacita profissionais, aproximando dois públicos-alvo: grandes empresas que têm gargalos de profissionais para atingir a evolução tecnológica e minorias que têm pouca representatividade no mercado nacional de TI.
Para treinar jovens profissionais, a Carambola conta com trilhas de projetos de programação alocadas em uma plataforma adaptativa de ensino. Os estudantes são divididos pelos hard skills e soft skills, agrupados em trios para uma capacitação de seis meses.
A empresa contratante tem, ao final do processo de treinamento, uma equipe com nível técnico alinhada às demandas internas; profissionais preparados que integram o time de funcionários da companhia. No processo de seleção, os conhecimentos básicos sobre tecnologia contam, mas o determinante para a inclusão no treinamento é a história de vida do futuro aluno. Sem dúvida, um recrutamento sob um olhar diferente.
Em números
Na Carambola, alguns números também chamam a atenção até aqui:
– 180 pessoas foram capacitadas, todas pertencentes a alguma minoria.
– 80 projetos foram desenvolvidos com empresas parcerias
– R$ 3,5 milhões de receita acumulada
– 32 empresas se tornaram clientes nos últimos três anos
– R$ 2 milhões foram captados em 2019, mirando uma expansão nos Estados Unidos.
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A geração de renda, por parte dos alunos, desde o início da capacitação é um dos pontos altos do impacto social que tem sido fomentado pela Carambola. Os alunos de baixa renda são contratados pelo negócio de impacto como desenvolvedores – recebem apoio financeiro para estudar.
Após a capacitação, amplia-se expressivamente o potencial de retorno financeiro e de crescimento de carreira. O empreendedor social é o vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2019.
Sobre o prêmio
Pioneiro e comprometido em identificar inovações sociais e ambientais brasileiras, o concurso envolve as categorias Prêmio Empreendedor Social e Prêmio Empreendedor Social de Futuro.
Ele já reconheceu 112 gestores – entre finalistas e vencedores –, conferindo chancela e visibilidade internacional para líderes de iniciativas de impacto social que estão mudando a forma de fazer negócios no Brasil.
A premiação é o passaporte para entrar na Rede Schwab e participar de encontros do Fórum Econômico Mundial. Ganhadores e finalistas têm acesso, também, a premiações que totalizam R$ 400 mil em mentorias, capacitações e cursos de qualificação em instituições renomadas, como Insper e Fundação Dom Cabral.
O maior concurso de empreendedorismo socioambiental da América Latina e um dos mais relevantes do mundo, contou com sete finalistas na edição 2019.
Na categoria principal, Alcione Albanesi (Amigos do Bem), Guilherme Brammer Junior (Boomera) e Thomaz Srougi (Dr. Consulta); na categoria Empreendedor Social de Futuro, os finalistas foram Diogo Tolezano (Pluvi.On) e Gustavo Glasser (Carambola); no Troféu Grão, dedicado a causas, a final foi disputada por Adriana Barbosa (Preta Hub) e Laís Higashi (Litro de Luz).
Criado em 2005 pela Folha de S.Paulo e Fundação Schwab, o Prêmio Empreendedor Social é destinado a gestores de iniciativas com mais de três anos de atuação em setores como saúde, educação, tecnologia assistiva e meio ambiente, entre outros.
As iniciativas de negócios de impacto social e startups com foco socioambiental – que estão em fase inicial (de um a três anos) – podem se inscrever para o Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro, destinado a empreendedores com até 35 anos.
Além da projeção nacional e internacionalmente dos líderes selecionados, a Folha de S.Paulo e a Fundação Schwab – correalizadora do Fórum Econômico Mundial de Davos e idealizadora da premiação no mundo – oferecem um alto nível de qualificação e networking, viabilizando aos premiados a conquista de maiores e melhores indicadores em sustentabilidade, impacto social direto e indireto, influência em políticas públicas e escalabilidade para seus projetos.
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