De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre 2023 e 2025, até 120 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço surgirão no Brasil. Diante desse cenário, o mês de julho é marcado pela campanha Julho Verde, instituída pela Lei 8.086/2017, que visa conscientizar a população sobre os riscos e a prevenção desse tipo de doença. O ápice da campanha ocorre amanhã (27 de julho), o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço.
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O objetivo da campanha é alertar sobre os fatores de risco, como tabagismo e consumo excessivo de álcool, e orientar sobre os sintomas e a importância do diagnóstico precoce. A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço aponta que a chance de cura pode chegar a 90% quando o câncer é identificado e tratado em fase inicial.
“É essencial ter atenção aos sinais e sintomas desses tipos de câncer, como feridas que não cicatrizam, dor persistente, rouquidão, dificuldade para engolir e nódulos no pescoço. Ter um diagnóstico de forma precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento e cura dessas doenças”, reforça Raphael Brandão, coordenador de oncologia e oncologista clínico na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
10 sintomas do câncer de cabeça e pescoço
Os sintomas do câncer de cabeça e pescoço pode variar, porém, o oncologista clínico lista abaixo 10 sintomas que podem ser indicativos da condição e ressalta que é essencial procurar um especialista em caso de suspeitas. Confira:
- Feridas na boca que não cicatrizam: Feridas ou úlceras que persistem por mais de duas semanas podem ser um sinal de alerta. Essas lesões podem indicar uma condição subjacente mais séria, como um câncer oral.
- Manchas vermelhas ou esbranquiçadas na boca: Manchas de coloração anormal, especialmente se não desaparecem, podem ser condições pré-cancerosas. A leucoplasia (manchas esbranquiçadas) e a eritroplasia (manchas vermelhas) são condições que merecem atenção.
- Dificuldade para abrir a boca: Sentir rigidez ou dor ao abrir a boca pode ser um sintoma de várias condições, incluindo trismo, que pode estar associado a infecções, traumas ou até tumores na cavidade oral.
- Dificuldade para mastigar: Problemas ao mastigar alimentos podem indicar a presença de uma massa ou um crescimento anormal que interfere na função normal dos músculos e articulações da boca.
- Mau hálito persistente: O mau hálito que não melhora com a higiene bucal adequada pode ser um sinal de infecção ou de um tumor na boca ou garganta, que necessita de avaliação médica.
- Dores na mandíbula ou na face: Dores persistentes na mandíbula ou na face podem ser causadas por tumores que pressionam nervos ou outras estruturas na região.
- Mudança nos hábitos de voz: Alterações inexplicadas na voz que duram mais de duas semanas podem ser um indicativo de tumores nas cordas vocais ou estruturas próximas.
- Inchaço na mandíbula: Inchaços na mandíbula que causam desconforto ou dor podem ser resultados de infecções, cistos ou tumores.
- Sensação de algo preso na garganta: Sentir como se houvesse um corpo estranho preso na garganta pode ser um sintoma de um tumor na faringe ou laringe. Este sintoma pode ser persistente e dificultar a deglutição.
- Dificuldade para usar dentaduras: Alterações na forma da boca devido a tumores podem tornar o uso de dentaduras difícil ou doloroso. Mudanças na adaptação das próteses devem ser avaliadas por um especialista em saúde bucal.
Mais informações
Os principais tipos de câncer que mais comumente afetam a região da cabeça e pescoço incluem o câncer de boca, que pode atingir lábios, língua e gengivas; o câncer de faringe e laringe, que compromete a voz e a deglutição; o câncer de cavidade nasal e seios paranasais, que causa problemas respiratórios; o câncer de glândulas salivares, que impacta a produção de saliva; e o câncer de tireoide, que afeta funções importantes do organismo.
“Esses tipos de câncer podem afetar funções vitais como fala, respiração, deglutição e produção de saliva, além de impactar funções importantes do organismo, como no caso do câncer de tireoide. Por isso, quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de cura”, finaliza o especialista.
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