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Eu Abraço o Mundo: projeto entrega cachecóis a moradores de rua

Cachecóis para moradores de rua são doados no Eu Abraço o Mundo

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De cabelos escorridos e óculos, Yohan Prugger, aluno do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) São Paulo, é agitado e gosta muito de falar. Aos nove anos de idade, o pequeno demonstra ter um coração de gente grande: partiu dele a iniciativa de criar o projeto Eu Abraço o Mundo, em que ele mesmo faz, prepara e entrega cachecóis para moradores de rua, que podem, assim, se proteger um pouco mais do frio da capital paulista.

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Yohan explica que tudo foi ideia dele, após ganhar um bocado de lã em um evento de sua antiga escola, dois anos atrás. Ao voltar com o material para casa, ele reparou na quantidade de pessoas que viviam na rua e passavam frio nas noites paulistanas. “Pensei em uma forma de ajudar essas pessoas e pedi à minha mãe para me ensinar a fazer os cachecóis”, conta ele, mostrando o movimento necessário para entrelaçar a lã com as mãos para fazer as peças de frio.

Yohan, criador do projeto que doa cachecóis para moradores de rua / Crédito: Divulgação Mackenzie

De acordo com a mãe, Elaine Cristine Sampaio, a vontade de ajudar está no filho desde quando ele era pequeno. “Desde que ele aprendeu a andar, quando a gente ia no supermercado ele queria ajudar os promotores”, diz. “Ele se comunica muito e vê as outras pessoas, vê a necessidade do outro. E quando ele não conseguia fazer, ele me chamava apontando que determinada pessoa precisava de ajuda.”


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Com a pandemia de covid-19 e a necessidade de se manter o distanciamento social, Yohan não tem saído de casa para fazer entregas específicas de cachecóis para moradores de rua, mas aproveita saídas necessárias – para ir ao médico, por exemplo – para realizar um ato solidário.

“Eu só penso em uma coisa: menos uma pessoa vai morrer de frio neste inverno. Porque infelizmente muitas falecem nessa época”, diz o garoto, que também está deixando o cabelo crescer para poder doar para crianças com câncer.

Cachecóis para moradores de rua

Aluno do CPM desde 2020, ele afirma gostar muito de estudar. “Está muito legal a minha escola, eu estou amando estudar on-line”.

Além disso, Yohan faz parte da equipe de cheeleaders do CPM, e realiza, regularmente, os exercícios enviados pela professora responsável pelo time. Com muito orgulho, ele exibe várias medalhas pelo seu quarto, a maioria delas obtidas em Olimpíadas de conhecimento. “Até agora eu sei até o trigésimo elemento da tabela periódica”, diz a criança, mostrando sempre muita curiosidade com tudo.

Agora, o pequeno Yohan se prepara para se tornar o diretor geral da ONG que levará o nome do projeto de doar cachecóis para moradores de rua, Eu Abraço o Mundo.

A mãe explica que a escolha do nome tem a ver com algo que ela reparou ser bastante comum. Sempre que a criança entregava um cachecóis para moradores de rua, a pessoa que recebia perguntava se poderia dar um abraço nela.

“Parece que eles se sentem inferiores e eu sempre deixava, era bonito ver o carinho e a preocupação dele com a outra pessoa. Por isso que o nome, pois o aconchego aquece tanto o corpo quanto a alma”, afirma.

“O pequeno Yohan é um aluno muito especial para nós e o fato dele estar conosco, hoje, espelha a vocação da nossa Instituição. A atitude dele é verdadeiramente inspiradora e retrata muito bem nossa identidade cristã de ajuda ao próximo. Aquece a alma e o corpo que tem tanto precisa nesse tempo de tanto frio”, afirma a diretora de educação básica do CPM São Paulo, Márcia Régis.

Solidariedade no Mackenzie

Para a diretora, a solidariedade – como doar cachecóis para moradores de rua – é algo que deve ser trabalhado desde cedo com as crianças, como é feito no Colégio Mackenzie.

“Antes de ser solidário e demonstrar esse valor por meio de atitudes, as crianças precisam desenvolver as habilidades socioemocionais desde bem pequenas e esta proposta está no currículo do nosso colégio, desde a Educação Infantil, integrando com a visão cristã da instituição”, explica.

Para o gerente da GERSF, reverendo Joer Batista, Yohan incorpora o verdadeiro espírito mackenzista. “O voluntariado ou responsabilidade social como prática de vida cotidiana e não apenas como um evento esporádico. A solidariedade precisa ser mais do que campanhas para que a transformação social esperada ocorra”, afirma.

Desde junho, o Eu Abraço o Mundo conta com o apoio do Mackenzie Voluntário, que ajuda com a divulgação e na entrega de materiais para que Yohan e a mãe possam produzir mais e doar cachecóis para moradores de rua. “A solidariedade e o amor ao próximo precisam ser parte da cultura pessoal, um hábito social. Quanto mais cedo isso ocorre, mais simples se torna praticá-la naturalmente”, diz o reverendo.



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