Situações de estresse são normais no dia a dia das pessoas. Entre um período tão longo de isolamento social, a crise econômica no país e tantos outros cansaços mentais causados pela pandemia, é de se esperar alterações na saúde da população. Nos consultórios odontológicos, por exemplo, os profissionais observam um aumento nos casos de bruxismo – segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o distúrbio atinge 40% dos brasileiros (o equivalente a quase 84 milhões de pessoas).
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O que é bruxismo
O bruxismo é o ato involuntário de pressionar ou ranger os dentes. Ele pode acontecer tanto ao longo do dia quanto durante o sono. Apesar de poder ser causado por uma desarmonia no formato da arcada dentária, na maioria das vezes ele aparece como um sintoma da ansiedade e do estresse.
Para Willian Ortega, cirurgião dentista, é preciso conscientizar as pessoas sobre o problema, já que, normalmente, o diagnóstico vem de maneira tardia. “O bruxismo tem diversos sinais. Eles se manifestam de maneiras diferentes em cada pessoa e são difíceis de perceber se você não sabe o que está procurando”, explica.
O sintomas mais comuns são as dores de cabeça e enxaquecas. Porém, conforme o distúrbio vai progredindo sem tratamento, podem ocorrer desgastes e quebras nos dentes, além de estalos ao abrir e fechar a boca. O cirurgião ainda relata que, em casos mais extremos, o movimento repetitivo afeta os tecidos que dão suporte à mandíbula, como os ligamentos e músculos da região do rosto.
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Tratamento
O tratamento é focado em reduzir a dor e preservar os dentes, já que a condição não tem cura. A placa dentária em acrílico é indicada na maioria dos casos. Ela é produzida sob medida para se encaixar entre os dentes, protegendo-os do impacto.
Também é possível fazer uma aplicação de botox. No caso do bruxismo, a substância é usada para fins terapêuticos, promovendo relaxamento muscular e diminuindo a tensão. “A paralização do músculo traz uma sensação de alívio ao paciente, diminuindo até o uso de medicamentos para dor ou inflamação. O foco é que ele não perca a mobilidade mandibular,” explica Willian.
Apesar do transtorno não ser perigoso, o desconforto constante prejudica muito a qualidade de vida de quem passa por ele. Por isso, além de consultar um especialista da área de odontologia, é preciso contar com o auxilio de profissionais que cuidam do corpo e da mente. “Buscar formas de descansar e diminuir a ansiedade, como uma leitura leve, filmes, jogos de diversão, meditação ou qualquer outra atividade que cause prazer e relaxamento também é importante para o tratamento”, finaliza Ortega.0
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