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Aos 72 anos, representante comercial monta o seu próprio negócio na pandemia

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Enquanto algumas empresas fecham as portas devido à crise financeira gerada pela pandemia da Covid-19, outras surgem da necessidade de ter uma nova fonte de renda ou da vontade de tirar uma ideia do papel. Segundo o relatório “Mapa das Empresas”, divulgado pelo Ministério da Economia, o Brasil registrou saldo positivo de 2,3 milhões de empresas abertas em 2020.

O número é 6% maior do que em 2019. O relatório mostra que, ao longo de 2020, foram abertas 3,3 milhões de empresas e pouco mais de 1 milhão encerraram as suas atividades.



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Aos 72 anos, Aluízio Nogueira, fundador e diretor da marca de biquínis Beijo do Sol, de Ribeirão Preto (SP), reconheceu na crise a oportunidade de iniciar um novo negócio. Formado em Administração de Empresas e com experiência de 39 anos na área comercial e representação de marcas de lingerie e biquíni, se viu em casa na pandemia por iniciativa dos filhos. “Eles estavam preocupados com a possibilidade de contágio da doença e pediram para que eu permanecesse em casa”, explica.


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Com o tempo livre, Aluízio decidiu aplicar o conhecimento adquirido durante tantos anos na área de confecção de roupas para desenvolver uma linha própria de biquínis. “A ideia era iniciar a comercialização após a pandemia – achava que ela duraria no máximo 90 dias. Ao buscar por empresas de linha praia às quais pudesse representar, descobri que muitas estavam de portas fechadas. Foi então que resolvi fabricar a minha própria coleção e desta maneira surgiu a marca Beijo do Sol”, explica.

A fabricação das peças teve início em agosto de 2020 por meio de uma facção – indústria terceirizada de confecção e vestuário – em Votuporanga, onde foram produzidas 10 mil peças. Com apenas oito funcionários, quatro internos e quatro vendedores, a empresa conseguiu vender toda a produção. Para 2021, a ideia é dobrar o quadro de colaboradores e a previsão é que 20 mil peças sejam comercializadas até o final do ano.

Segundo ele, uma das preocupações na criação da coleção foi com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Todos os retalhos dos tecidos usados para a fabricação das peças são doados para Organizações não Governamentais (ONGS) e grupos sociais que utilizam os resíduos na produção de tapetes e pulseiras. “O tecido de linha praia demora de 70 a 100 anos para se degradar no meio ambiente. Por esse motivo, busquei soluções que pudessem viabilizar a produção respeitando o conceito de sustentabilidade e preservando o meio ambiente”.

Outra iniciativa foi a troca do tecido estampado tradicional por estampas digitais. “Os tecidos estampados digitalmente representam uma economia de 95% da quantidade de água utilizada para a produção, se compararmos a um tecido estampado de forma convencional. Além disso as cores são realçadas neste tipo de estampa”, destaca Aluízio.

Por enquanto, a marca é vendida on-line no site e em algumas lojas, principalmente no interior de São Paulo. Mas a intenção de Aluízio é ampliar esse mercado. “Queremos expandir a marca não só no Brasil, mas para outros países também”, afirma.



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