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Animais de rua: um problema que demanda participação coletiva

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A quantidade de animais nas ruas das cidades ainda é um problema sem solução. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem mais de 30 milhões de bichinhos abandonados no Brasil, entre cães e gatos.

Em virtude desse cenário, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) alerta sobre os problemas e aponta medidas que visam diminuir os casos de abandono, além da proliferação e contaminação de doenças relacionadas aos animais de rua. Segundo o presidente da Comissão de Políticas Públicas do CRMV-SP, Carlos Augusto Donini, “o debate e a solução efetiva desses desafios devem envolver população, órgãos públicos, universidades e ONGs”.



As soluções apontam em quatro direções:

– A consolidação e atualização dos dados que norteiam os programas de controle;
–  A identificação e localização dos animais ditos abandonados (uma vez que são confundidos com os “semidomiciliados”, que vagam pelas ruas, mas tem proprietários);
– A atitude de negligência e irresponsabilidade de indivíduos que não mantém a guarda adequada e segura de seus animais;
– A ausência de uma efetiva política pública integrativa, consorciada e participativa sobre Proteção e Saúde Animal.


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Atualmente os focos de combate a esse problema concentram-se quase que unicamente nas castrações e vacinações. “Há muito por fazer. Essas ações isoladas não são eficazes a médio e longo prazos. Sem um programa completo e continuo sistematizado não haverá avanços significativos”, afirma Carlos.

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Os reflexos para a população

Além dos problemas sofridos pelos próprios animais de rua, a população também pode ser afetada. Segundo a presidente da Comissão de Saúde Pública do CRMV-SP, Adriana Vieira, o contato direto com esses animais pode expor o indivíduo a riscos elevados de zoonoses, ou seja, de doenças que são transmissíveis aos seres humanos.

“Outro risco é desse animal, estando arredio, acabar atacando. Sem falar de outros agravos ao ser humano, como os acidentes de trânsito, quando o motorista tenta desviar de um animal”, comenta.

Segundo o CRMV-SP, é recomendável à população entrar em contato com a prefeitura para verificar se há algum serviço responsável pelo recolhimento ou cuidados desses bichinhos. Em algumas cidades, inclusive, existem programas comunitários voltados a animais. Em caso de interesse no resgate é importante que sempre se busque a orientação de um veterinário.

Animais de rua e os animais silvestres

Além do contato com os seres humanos, os cães e gatos também se relacionam com os animais silvestres, localizados em parques e áreas de florestas urbanas. E as consequências deste encontro são prejudiciais a ambos os lados.

“Quando os bichinhos de rua entram nas áreas verdes e parques naturais, onde vivem os animais silvestres, eles comem as espécies. Os gatos, por exemplo, comem muitas aves. Já os cães atacam veados, ouriços, macacos, entre outras espécies que vivem na área urbana”, afirma o presidente da Comissão de Médicos-Veterinários de Animais Selvagens do CRMV-SP, Marcello Nardi.

Além da predação, que também pode ser inversa, outro risco gerado pela população de animais de rua é a transmissão de doenças, como a cinomose, a parvovirose e a sarna. “Já vimos casos de cinomose em cachorro do mato, em quati, sarna de cão em cachorro-vinagre, sarna notoédrica em gambás…”, exemplifica o Dr. Nardi.



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