ONGs, chefs de cozinha e órgãos ambientais têm levantado a bandeira para proteger alguns alimentos do cardápio brasileiro que correm o risco de desaparecer. A lista inclui peixes, crustáceos, palmito e até o pinhão.
No caso dos peixes, o governo federal estima que 80% dos recursos pesqueiros estão ameaçados pela pesca excessiva no país. Um erro comum dos pescadores é realizar a sua atividade durante o defeso, período de reprodução das espécies.
Um levantamento da ONG SOS Mata Atlântica mostrou que, em 35 estabelecimentos que vendem pescado em São Paulo, todos vendiam peixes no período de defeso, contrariando a regra do Ibama de não capturá-los.
O movimento “slow food”, que surgiu na Itália na década de 1990 como uma resposta de pessoas ligadas à gastronomia contra a lógica do fast food, reuniu em um catálogo os alimentos em diversas partes do mundo que precisam ser protegidos. No total são 1.066 ingredientes que precisam ser conservados em 60 países. No Brasil, o levantamento traz 24 alimentos ameaçados.
As razões para o risco de extinção podem ser ecológicas, como o desmatamento que dizima determinada espécie vegetal, ou culturais, ingredientes ou práticas culinárias tradicionais que vão sendo esquecidas.